São Paulo, quarta-feira, 11 de janeiro de 1995
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Governador desautoriza presidente da Febem

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Mário Covas contestou as declarações do presidente da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), Décio Moreira, e reafirmou ontem que todos os funcionários da fundação contratados através do Baneser serão afastados.
Perguntado se os funcionários contratados pelo Baneser serão afastados, o governador repetiu, por duas vezes: "Sem dúvida".
Anteontem, em entrevista gravada à Folha, Moreira disse que não pretende demitir esses funcionários: "Eu tenho ordem do governador e da secretária de que esses funcionários permanecerão. Você vai dizer: nenhum deles vai sair? Eu disse a eles que não haverá problemas. Isso não significa que se eu apurar que 300 deles, 200 deles, cinco, dois, um, são dispensáveis, não tenha dúvidas que eles vão para a rua, mas não porque são do Baneser."
Em seu discurso de posse, naquele mesmo dia, Moreira já havia afirmado: "Eu gostaria de dirigir uma palavrinha aos funcionários e gostaria de fazer deles portadores desta notícia aos demais. Versão Baneser, vamos lá: esse pessoal existe e deverão (sic) continuar. O nosso governador Mário Covas liberou essa situação para nós."
O governador havia dito na semana passada que os funcionários do Baneser que prestam serviços ao governo serão afastados. Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Covas se disse surpreso com a informação.
"Surpreso pela notícia eu telefonei a ele (Moreira) e ele me disse que o publicado não foi aquilo que foi dito", afirmou Covas.
Mesmo assim, o governador determinou que a Febem encaminhe uma relação de todos os seus funcionários contratados via Baneser. O governador estima em 1.300 o número de funcionários do Baneser à disposição da Febem.
Segundo Covas, todos os contratos do Estado com o Baneser serão rompidos. Ele diz que o afastamento em alguns órgãos –como a própria Febem e o Procon– será mais lento.

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