São Paulo, quarta-feira, 11 de janeiro de 1995 |
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Diretor da Cetesb é acusado de desmatar
VICTOR AGOSTINHO
A Cetesp (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) é responsável pelo controle da poluição no Estado. Engenheiro agrônomo com pós-graduação em administração, Macedo disse desconhecer essa ação popular e que nunca foi citado pela Justiça. "Acho tudo isso muito estranho. Durante tantos anos não fiquei sabendo de nada e agora, quando sou indicado para a Cetesb, essa ação aparece", afirmou. Em 86, na gestão Franco Montoro, o engenheiro dirigia o DPRN (Departamento de Proteção de Recursos Naturais) da Secretaria de Agricultura do Estado. À época, ele autorizou o desmatamento e a construção de um conjunto habitacional com 200 apartamentos sem o parecer do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) sobre o impacto ambiental das obras. A ação contra Macedo, de autoria do empresário Claudio Antonio Noschese, corre desde o final de dezembro de 1986 na 7ª Vara da Fazenda Pública, processo 05/87. O então –e atual– prefeito de Campos do Jordão, João Paulo Ismael (PMDB), também é acusado de permitir o desmatamento. Citado pela Justiça, Ismael contestou a ação. O presidente da Cetesb não fez isso e o processo está em tramitação à sua revelia. O representante da Subcomissão de Meio Ambiente da OAB, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, também advogado na ação popular, afirma que foram cometidos quatro crimes contra o meio ambiente. Segundo ele, as irregularidades são: o corte da araucária (árvore em extinção na região), a permissão para construção em terreno com declive superior a 45 graus (proibido pelo Código Florestal), a ausência do parecer do Consema e o desrespeito ao embargo das obras, que acabaram sendo feitas pela construtora Leon & Leon. Macedo foi assessor para assuntos especiais do presidente Fernando Henrique Cardoso, quando este dirigiu o Ministério da Fazenda. Sua indicação para a presidência da Cetesb, segundo o secretário estadual do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, foi uma decisão em conjunto com a equipe de FHC. Feldmann também disse que desconhece a ação popular na qual seu subordinado é réu. "Não tenho conhecimento. Há muita fofoca porque a mulher dele trabalhou com o prefeito Paulo Maluf. Havia rumores, mas nunca ninguém me mostrou nenhum documento mostrando o envolvimento dele. Eu gostaria de analisar a ação", disse o secretário. Texto Anterior: Tucanos querem cargos para apoiar Covas Próximo Texto: Governador desautoriza presidente da Febem Índice |
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