São Paulo, quarta-feira, 11 de janeiro de 1995
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Vigilância Sanitária faz prevenção em condomínio na Barra da Tijuca

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O condomínio Mandala, na zona sul, onde morreu a primeira vítima de cólera em 95 no Rio, está sob ação preventiva da Vigilância Sanitária e da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto).
A vítima, Aldair Teixeira Campos, 67, morava no grupo Quadra das Ilhas. Ele morreu de cólera no dia 5 de janeiro, depois de chegar de uma viagem a Brasília.
A Secretaria Municipal da Saúde quer esclarecer se Campos contraiu o vírus no condomínio e se os sistema de água e esgoto dos edifícios foram contaminados. O vírus é transmitido pela ingestão de água ou alimentos contaminados. A doença mata por desidratação.
Técnicos da Cedae estão despejando 200 litros de cloro diariamente na estação de tratamento de esgoto do condomínio. O material de esgoto, depois de tratado, é despejado na lagoa de Marapendi, na Barra da Tijuca (zona sul).
A Vigilância Sanitária colheu amostras da água e do esgoto utilizados pelo condomínio para análise. Dentro do esgoto foi deixado um chumaço para detectar presença de germes. Após cinco dias, ele será analisado e indicará se o esgoto está ou não contaminado.
Só na Quadra das Ilhas existem 220 apartamentos. No total, o condomínio, de classe média alta, tem mais de mil apartamentos e aproximadamente 20 casas. "Não estou com medo, porque tudo aqui é limpo. Lavo bem verduras e frutas e uso água filtrada", disse a moradora Sueli Tavares.
O diretor médico do Hospital Riomar, Acrysio Souza, informou que o cólera não foi a causa principal da morte de Campos. "Ele estava debilitado, e morreu por infecção crônica generalizada", afirmou. A assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde negou a informação. Segundo a assessoria, Campos morreu de cólera.
Pernambuco
A Secretaria de Saúde de Pernambuco registrou 6.288 casos de cólera no Estado de 1º de janeiro a 28 de dezembro de 94. O número é 35,91% inferior ao registrado em 93, quando 9.812 pessoas contraíram a doença em Pernambuco.
No ano passado, 72 pessoas morreram em consequência do cólera. Em 93, o número de mortos chegou a 137 em todo o Estado.
Para a Secretaria de Saúde, a redução do número de casos se deve à intensificação das ações de prevenção e tratamento e melhorias em infra-estrutura.

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