São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Bancários propõe saída para Banespa

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Comitê de Defesa do Banespa (composto por 25 entidades de bancários) entrou ontem aos interventores do Banco Central um documento com sugestões para resgatar a liquidez do banco sem privatizá-lo.
O documento propõe a securitização da dívida do Tesouro do Estado de São Paulo com o banco –lançamento de títulos ou debêntures (papel que garante ao comprador uma renda fixa), negociáveis no mercado secundário interno do país ou externo.
Os títulos ou debêntures, vendidos à iniciativa privada, permitem o alongamento do perfil do débito e transformam ativos de pouca liquidez, como os papéis do governo do Estado, em "moedas" que garantiriam ao portador, por exemplo, pontos em concorrências públicas.
A Tesouro deve no total ao Banespa cerca de R$ 10,2 bilhões (dívida creditícia e mobiliária).
Quanto à dívida das estatais, estimada em R$ 7 bilhões, a proposta é escalonamento com pagamento de cerca de R$ 350 milhões anuais, com pagamento vinculado ao faturamento dessas empresas.
Para a dívida com o setor privado, estimada em R$ 700 milhões pelos interventores, os bancários propõe medida semelhante à já decidida pelos interventores: se não houver negociação, entrar com pedido de falência do mau devedor.
Segundo Paulo Salvador, diretor de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, não há como evitar aumento de impostos caso o Banespa seja privatizado. "As ações do banco garantiram ao governo do Estado US$ 30 milhões em dois anos –92 e 93. Se o Banespa for privatizado, de onde virá esse dinheiro? De mais impostos", afirmou.
Para reduzir os gastos administrativos, o Comitê de Defesa do Banespa sugeriu a revisão de todo e qualquer gasto com promoção.
E a abertura de licitação para a definição de uma agência de publicidade própria do banco, sem vínculos com a agência do governo de Estado de São Paulo.
O documento propõe ainda a centralização do controle dos gastos com pessoal para evitar problemas de contratações irregulares como as feitas por intermédio do Baneser (subsidiária do Banespa).

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