São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995 |
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Tiroteio causa blecaute de 12 horas na zona sul
DANIELA RIBEIRO
Foi a primeira vez que houve tiroteio na parte baixa do morro, onde há prédios de classe média. O tiroteio começou por volta de 23h30, quando ainda havia pessoas na rua. Segundo a polícia, traficantes atingiram o segundo transformador de energia da avenida João Goulart, a principal entrada da favela. Eles atiraram ainda contra uma patrulha da Polícia Militar. Um carro do 23º Batalhão (Leblon, zona sul) foi atingido, mas ninguém ficou ferido. Não foi feito registro no quartel. Toda a favela, a partir do Colégio Tamandaré, ficou sem luz por dez horas. Alguns prédios de classe média, como o da atriz Míriam Pérsia e do escritor Vinícius Vianna, também ficaram sem iluminação, restabelecida 12 horas depois. Os prédios na entrada do morro e da avenida Niemeyer (que liga os bairros do Leblon e São Conrado, dois dos mais nobres da cidade) não foram atingidos pelo blecaute porque são abastecidos por outra rede. A Light teve que negociar com a associação de moradores para trocar o transformador. Às 8h30 de ontem, um comboio com seis carros e um caminhão subiu levando a nova peça. A exigência era de que a polícia não subisse. A Folha apurou que, anteontem, havia chegado a remessa semanal de droga com 10 kg de cocaína e 30 kg de maconha. Segundo a Polícia Civil, Hamilton Machado, o "Jacaré", acusado de ser um dos chefes do tráfico, estaria na favela. Policiais da 15ª DP (Gávea, zona sul), na tentativa de prender Jacaré, prepararam uma incursão à favela para ontem às 5h, que não chegou a acontecer depois do tiroteio e do blecaute. Texto Anterior: Eleitos invadem gabinetes Próximo Texto: Largo tem toque de recolher Índice |
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