São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Alencar recua e desiste de fazer balanço da "herança" brizolista

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

O governador Marcello Alencar (PSDB) recuou ontem da promessa de fazer um balanço geral da "herança" deixada pelo governo de Leonel Brizola e Nilo Batista.
Na semana passada, Alencar havia anunciado um balanço sobre a crise financeira e administrativa do Estado para a última segunda-feira, dia 9.
Ontem, a assessoria de imprensa do governador informou que os dados sobre as dificuldades em cada setor serão fornecidos isoladamente por cada secretário.
Na primeira semana de governo, a Secretaria de Planejamento havia dito que o Estado não tinha recursos em caixa para pagar o salário de dezembro. Esta semana, porém, Alencar anunciou que os pagamentos serão feitos em dia.
Em reunião com deputados estaduais do PDT, Alencar disse anteontem que as negociações de Brizola para se livrar das dívidas do metrô fizeram do Rio o Estado mais apto a atrair investimentos.
Na nova estratégia de divulgar caso a caso, o secretário de Planejamento, Marco Aurélio Alencar, filho do governador, afirmou ontem que a Cerj tem contas a receber no valor de R$ 20 milhões.
Marcello Alencar reagiu ontem à decisão da juíza federal Marilena Soares Reis Franco, da 13ª Vara, de acatar a denúncia por estelionato, formação de quadrilha e crime do colarinho branco contra seu filho Marco Aurélio Alencar (nomeado secretário de Planejamento) e Edgar Gonçalves da Rocha, secretário da Fazenda do Rio.
O procurador da República Alex Miranda sustenta que eles operaram irregularmente recursos da Prefeitura do Rio na gestão de Alencar (89-92), tendo provocado um prejuízo de US$ 13,4 milhões ao Banerj. No despacho, a juíza afirma ter encontrado "indícios veementes de prática delituosa".
"Lamento que o facciosismo político tenha contaminado alguns setores da Justiça do nosso país", afirmou Alencar. Segundo o governador, os comentários da juíza no despacho "são a confirmação da falta de isenção políticas de alguns setores da Justiça".

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