São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Afastamentos no Baneser são adiadas

GEORGE ALONSO

GEORGE ALONSO; CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Mário Covas (PSDB) decidiu manter temporariamente os funcionários do Baneser nos casos em que o cancelamento de contratos implique em paralisação do serviço público.
O Baneser é uma subsidiária do Banespa que virou agência de contratação de mão-de-obra para o Estado, sem concurso público.
Covas anunciou na semana passada que iria romper, de imediato, os contratos de cerca de 13,5 mil funcionários da estatal.
O afastamento dos funcionários do Baneser que estão em órgãos vitais será gradativo e deve durar até, pelo menos, fim de janeiro.
Para o Procon, órgão de defesa do consumidor ligado à Secretaria da Justiça e com 63% de funcionários do Baneser, a solução aventada é transformá-lo em fundação, para evitar inclusive a perda de funcionários especializados.
A proposta, de Marcelo Sodré (coordenador do Procon), foi bem aceita pelo governo. Sodré chegou até a ser sondado para continuar no cargo. Mas as pressões do deputado tucano Celso Russomanno, que se diz defensor do consumidor, podem alijar Sodré do órgão.
O deputado quer ser o padrinho do futuro dirigente do Procon.
Na Secretária de Educação, ventila-se a possibilidade de a Polícia Militar vigiar as escolas.
Ao todo, a secretaria tem 332 mil funcionários (a maioria professores). Desse total, 5.868 são ligados ao Baneser –sendo 4.370 seguranças de escolas. A decisão de afastar o pessoal do Baneser está tomada, mas o caso depende de um acerto com a PM ou, ainda, de uma terceirização do serviço.
Até ontem, porém, o secretário de Segurança Pública, José Afonso da Silva, não teve, segundo ele próprio, contato com a secretária da Educação, Rose Neubauer.
Além disso, Afonso da Silva afirma que não tem gente disponível para vigiar escolas. "Não há condições. Todo o efetivo da PM está mobilizado para as ruas. Para isso, estou tirando até gente de cargos burocráticos", disse.
A Folha apurou que até ontem cerca de 2.000 funcionários passaram realmente pelo Baneser, para receber o último pagamento.
Ontem, o Sindicato dos Bancários anunciou intenção de pedir a abertura de uma comissão de inquérito na Assembléia Legislativa, para apurar as contratações irregulares da estatal e possíveis irregularidades cometidas pela diretoria do Banespa no governo Fleury.

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