São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Prefeitura pode proibir cigarro em restaurantes

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um miniplebiscito da prefeitura ameaça acabar de vez com o cigarro nos cerca de 40 mil bares, restaurantes e lanchonetes da cidade.
Duas pesquisas em andamento mostram que a maioria dos entrevistados –entre 75% e 80%– é favorável à proibição total do fumo nesses locais.
O levantamento será concluído amanhã com um total de 140 mil respostas. Se permanecer a tendência, o prefeito Paulo Maluf deverá regulamentar lei de 1980 que proíbe o cigarro em locais públicos.
"A pesquisa é uma espécie de plebiscito", diz o secretário municipal do Planejamento, Roberto Paulo Richter. Até ontem, uma empresa de telemarketing tinha ouvido cerca de 6.300 pessoas.
Desse total, 75% disseram ser favoráveis à proibição, 18% eram contrários e 6% indiferentes. Em outra pesquisa, com 130 mil frequentadores de bares e restaurantes, 80% são contra o cigarro. Quase 100 mil já foram ouvidos.
Segundo Richter, o prefeito poderá regulamentar a proibição na próxima semana. Em 1990, uma lei obrigou os restaurantes a reservar espaços aos não-fumantes.
"Separar espaços não é suficiente", diz Richter. São Paulo faz parte do programa "Cidade Saudável", da Organização Mundial da Saúde. Proibir o fumo faria parte desse programa.
O advogado Percival Maricato, presidente da Associação de Bares e Restaurantes Alternativos de São Paulo, diz que a "maioria não deve impor o que deve ser feito." Para ele, a lei é inconstitucional.

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