São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
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Falta de pessoal atrasa operação de supercomputador

DA FOLHA VALE

O supercomputador do Inpe, instalado há mais de dois meses, não está operando com sua capacidade total por falta de pessoal e de infra-estrutura para recebimento de dados. O atraso na operação do supercomputador compromete a previsão de tempo no país.
O aparelho é o mais moderno sistema para previsão do tempo e estudos climáticos da América Latina. O equipamento e a construção do prédio para abrigá-lo, em Cachoeira Paulista, custaram ao governo federal US$ 40 milhões.
O supercomputador pesa 50 toneladas e é o único do gênero no país. O projeto para instalação do equipamento demorou cinco anos.
O chefe do Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), Carlos Nobre, disse que o supercomputador opera em fase de testes, devido ao não-recebimento da totalidade dos dados.
O Cptec é uma das divisões do Inpe, responsável pelas pesquisas e previsões meteorológicas.
Nobre disse que está trabalhando "intensamente" para conseguir criar uma linha telefônica especial para receber informações diárias do Instituto Nacional de Meteorologia, em Brasília.
As informações são referentes a temperatura, pressão, umidade e velocidade do vento, obtidas por meio de estações meteorológicas.
O instituto, em Brasília, recebe dados de Washington, nos EUA, que centraliza informações de todas a parte do mundo.
Essas informações deveriam ser enviadas para o supercomputador, que é capaz de efetuar 3,2 bilhões de operações matemáticas por segundo para fazer a previsão global.
Os meteorologistas interpretam os cálculos e "traduzem" as informações. Eles usam as imagens de satélite, que dão suporte visual às interpretações.
O chefe do CPTEC disse que não há previsão para que o supercomputador esteja funcionando em sua totalidade.

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