São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Banco Central derruba as taxas de juros

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O Banco Central realizou ontem duas intervenções no mercado aberto, derrubando as taxas de juros. O BC realizou leilão informal com taxa de over a 4,45% e 4,47% ao mês, refletindo expectativas de inflação menor.
A taxa do over média caiu de 4,57% ao mês no dia anterior para 4,49% ao mês ontem, segundo a Andima. A projeção de rentabilidade para o mês caiu de 3,41% para 3,37% no mês. Os juros dos CDBs também caíram.
O índice da Bolsa paulista registrou alta ontem de 7,0%, após queda de 25% desde o início do mês.
Os analistas citaram uma série de explicações para a alta no mercado acionário. A queda acentuada nos preços motivou a entrada de compradores. Os juros estão em baixa estimulando a compra de ações.
Operadores de algumas corretoras observaram ontem que os fundos de pensão de estatais ampliaram ontem suas ordens de compra.
Houve ontem rumores de difícil comprovação: o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) teria realizado compras expressivas de ações para formar um "colchão de liquidez" de olho nas privatizações.
As tesourarias dos bancos eram até o dia anterior fortemente vendedoras e ontem teriam parado de vender.
A desvalorização nos preços nos últimos dias estava mais relacionada às pressões de investidores do mercado interno. Análise da Valoriza Consultoria de Investimentos mostra que os fundos mútuos de ações possuíam um patrimônio líquido de US$ 1,93 bilhão em setembro de 1994 e terminaram o ano com um patrimônio de 1,53 bilhão. A queda nos preços dos índices das Bolsas no período de outubro a dezembro motivou o saque nas quotas dos fundos de ações por parte dos pequenos investidores, diz André Zuchi, da Valoriza.
Raymundo Magliano Neto, da corretora Magliano, diz que os gráficos mostram que o mercado acionário chegou a ponto de compra, mas a tendência dos preços ainda não está definida, dependendo da evolução da crise do México.
As ações da Sharp PN foram as que registraram maior alta (17,7%) ontem entre os papéis que compõem o índice Bovespa. A Sharp enviou ontem às Bolsas esclarecimentos sobre a concorrência pública da Telebrás na área de telefonia rural via satélite, que foi vencedora.
O mercado de câmbio ficou mais calmo ontem e o Banco Central não interveio.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, ontem, em média, 0,116%. A taxa média do over foi de 4,49% ao mês, projetando rentabilidade de 3,37% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 4,60% ao mês, projetando rendimento de 3,46% no mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,8489%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 28% e 51,5% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: entre 14% e 18% ao ano mais a variação da Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,88% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 67% e 76% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,81% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 7,0%, fechando com 34.991 pontos e volume financeiro de R$ 370,58 milhões. Rio: alta de 4,2% (I-Senn), fechando com 15.970 pontos e volume financeiro de R$ 184,57 milhões.

Bolsas no exterior
Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 19.548,47 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,849 (compra) e R$ 0,850 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,846 (compra) e R$ 0,848 (venda). "Black": R$ 0,858 (compra) e R$ 0,865 (venda). "Black" cabo: R$ 0,860 (compra) e R$ 0,863 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,39%, fechando a R$ 10,35 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5610. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5350 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 99,88 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 376,70.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para janeiro fechou em 3,37% e para fevereiro a 3,22% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 35.000 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para janeiro fechou a R$ 0,863.

Texto Anterior: Automóvel novo tem desconto de até 15%
Próximo Texto: Arida diz que BC não sustenta Bolsas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.