São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 1995
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Enchente deixa município de SP ilhado

DA AGÊNCIA FOLHA E DA FOLHA VALE

As três estradas que dão acesso ao município de Eldorado (235 km de SP) foram interditadas às 14h de ontem. A cidade está ilhada.
O acesso à cidade passou ontem a ser feito por barcos. O prefeito, Donizete Antônio de Oliveira, 34, decretou estado de calamidade pública na última segunda. O rio Iguape, que corta a cidade, chegou ontem a 11,1 m acima do normal. As chuvas atingem a região há uma semana. Uma pessoa morreu afogada no sábado passado.
Na maior enchente registrada em Eldorado, ocorrida em janeiro de 83, o nível do rio Iguape atingiu 11,4 metros acima do normal.
A Defesa Civil do município informou que 1.600 dos 18 mil habitantes estão desabrigadas. Cerca de 30% das casas estão sem água potável. Os bairros mais atingidos, segundo o órgão, são da periferia.
Na costa sul de São Sebastião (litoral norte de SP), a tempestade deixou 40 pessoas desabrigadas e faltou energia em vários bairros.
O índice de ocupação dos hotéis no litoral norte caiu de 80% para 50% nos últimos dois dias por causa das chuvas. Os donos de hotéis da região temem que a chuva atrapalhe o movimento de turistas no próximo final de semana.
No Paraná, a cidade de Porto Amazonas, a 70 km de Curitiba, foi atingido durante a madrugada de ontem pelas águas do rio Iguaçu, deixando 400 desabrigados.
O nível do rio era de 7,31 m, quase 3 m acima da cota de alerta. Os municípios de São Mateus do Sul e União da Vitória, cortados pelo rio, e Rio Negro, cortado pelo Rio Negro, desde ontem estão em estado de alerta. Em Curitiba e região metropolitana, a situação permaneceu inalterada. Desde as 5h da manhã de ontem não chove.
Os 6.200 desabrigados da capital, de Pinhais e São José dos Pinhais não voltaram às suas casas.
Em Santa Catarina, a cidade de Presidente Nereu (164 km de Florianópolis) decretou estado de calamidade pública por causa da queda de barreiras, derrubadas de pontilhões e alagamentos. Outros sete municípios tinham declarado anteontem estado de emergência.
Em Blumenau (140 km de Florianópolis), a prefeitura manteve o estado de alerta, após o nível da água do rio Itajaí-Açu começar a baixar. A cidade registrou duas mortes e 450 desabrigados. O prejuízo pode ser de R$ 2,5 milhões.
Em Cuiabá, no Mato Grosso, três bairros deixaram ontem de receber fornecimento de água anemat (Empresa de Saneamento de Mato Grosso) devido à enchente. Segundo o diretor de Operações da Sanemat, Ailton Gomes da Silva, o acidente afetou apenas 5% do sistema de produção de água.
Segundo o coordenador da Defesa Civil do Estado, Domingos Iglésias Valério, existem 6.000 pessoas desabrigadas em sete municípios banhados pelo rio Cuiabá.
Em Mato Grosso do Sul, 695 pessoas estão desabrigadas nos municípios de Miranda, Anastácio, Bela Vista e Porto Murtinho.
O prefeito de Porto Murtinho (473 km de Campo Grande), Luiz Carlos de Abreu, disse que o nível do rio Paraguai atingiu ontem 6,66 m. Ele afirmou que, se o rio chegar a 9,50 m, vai decretar estado de calamidade pública.

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