São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Inflação é de 1,28%, diz Fipe

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação começou o ano com pequena alta. Na primeira quadrissemana do mês –ou seja, últimos 30 dias até 8 de janeiro em comparação com os 30 imediatamente anteriores– os preços subiram 1,28% em São Paulo.
Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que tinha registrado alta de 1,25% em dezembro. Juarez Rizzieri, coordenador do Índice de Preços da Fipe, atribui a elevação a um aumento médio no setor de vestuário.
A flutuação de preços entre estes produtos, no entanto, não mostra tendência de alta, diz. Pode ser apenas um problema de coleta de preços, uma vez que esta foi interrompida em 20 de dezembro e retomada apenas no início de 95.
Na primeira quadrissemana do mês os paulistanos pagaram 0,25% mais pelos vestuários, contra queda de 1,02% em dezembro.
A Fipe registrou alta também no setor de despesas pessoais: higiene e beleza (1%), recreação (1,16%) e fumo e bebidas (0,69%).
Estas altas, no entanto, não preocupam Rizzieri, que refez para baixo suas previsões de inflação em janeiro. Agora, ele espera taxa inferior a 1,5%.
O coordenador da Fipe acredita, ainda, que as previsões do governo, de inflação de 20% em 95, estão superestimadas. A taxa estaria mais para 15%.
O patamar atual de inflação está definido por apenas dois itens: aluguel e serviços. Juntos, foram responsáveis por 75% da taxa de 1,28% da primeira quadrissemana.
Estes dois setores começam a diminuir suas pressões. Os aluguéis, que desde a chegada do real até dezembro mantiveram evolução média de 10% ao mês, começam a mostrar desaceleração e vão empurrar a taxa para baixo.
Os dados da Fipe mostram alta de 9% nos aluguéis neste início de mês (9,9% em dezembro), enquanto os serviços pessoais subiram 6,93% (7,61% em dezembro).
O quadro da inflação para os próximos meses já está desenhado, segundo Rizzieri: taxas bem comportadas. Esta previsão, no entanto, não vale nada se houver mudança no câmbio, afirmou.
Uma desvalorização do real, a exemplo do que ocorre no México, seria um forte fator de realimentação da inflação no Brasil.

Texto Anterior: O analista e o deletério
Próximo Texto: Índice Bovespa tem maior alta desde maio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.