São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 1995
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Mercado internacional está histérico, diz Bird

DA SUCURSAL DO RIO

O economista-chefe do Bird (Banco Mundial) para a América Latina e Caribe, Sebastian Edwards, acredita que não há nenhum indicador macroeconômico ou político que justifique o temor de que a crise por que passa o México se alastre para o Brasil ou mesmo para a Argentina.
Para Edwards, "produtividade" é a palavra chave de diferenças entre Brasil e México. Ele disse ontem, no Rio, que "há uma histeria no mercado internacional", mas que as diferenças serão vistas claramente quando ela passar.
No elenco de pecados da economia do México, agravados pela crise política, Edwards destacou a permanência de uma baixa produtividade.
Junto com a baixa produtividade, um crescimento muito lento após a estabilização (média de 2,5% a 3% ao ano) que teriam inviabilizado a absorção da volumosa entrada de recursos externos, via crédito aos setores público e privado e também via aplicações de curto prazo.
O endividamento excessivo gerou, na avaliação do economista do Bird, uma "perda da disciplina fiscal", fazendo com que o superávit das contas públicas obtido no final dos anos 80 não se sustentasse e acabasse em déficit em 94.
A crise política do país, iniciada com o levante guerrilheiro da região de Chiapas, foi o combustível que ampliou os problemas e impediu que eles pudessem ser combatidos gradualmente.
Brasil
A primeira diferença que Edwards vê do Brasil para o México é que aqui o déficit em conta corrente é pequeno (cerca de 0,5% do PIB). Somam-se a isso uma reserva cambial de US$ 45 bilhões' a existência de "folga" para sustentar a valorização do real frente ao dólar, inexistência de crise política, um alto índice de produtividade, e um crescimento econômico em taxas "respeitáveis" (acima de 4% ao ano).

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