São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Instituição corrige prova em salas de aula da Escola Politécnica da USP

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha visitou ontem à tarde o prédio do curso de engenharia civil da Escola Politécnica da USP, onde até o dia 25 estarão sendo corrigidas as provas do vestibular da Fuvest.
Um policial civil e dois coordenadores não permitiram a entrada da reportagem no prédio.
Guardadas sob um forte esquema de segurança, que envolve, além dos próprios coordenadores da Fuvest, agentes da Polícia Civil, a correção é feita em várias salas do prédio, estrategicamente bloqueadas.
Nos corredores, há avisos como: "Fuvest entrada pela rampa vermelha. Identifique-se com o policial".
O único acesso a onde estão os professores é pela rampa vermelha do prédio - há uma vermelha e outra amarela -, logo acima do local em que funciona o Cursinho da Poli, pré-vestibular organizado por alunos da Poli.
Os corretores, concentrados, não viram a presença de repórteres. Há cerca de 20 deles por sala e, segundo informações da Fuvest, o número de corretores por banca varia de acordo com a disciplina.
O clima é de descontração. Há conversas e alguns risos entre os corretores.
Entre as bancas, há pessoas aparentando todas as idades. Algumas são muito jovens. "Os professores da USP são jovens. O perfil dos corretores é o dos professores da USP", afirma o vice-diretor da Fuvest, José Atílio Vanin.

Vigilância 24 horas
Um policial civil, que se identificou como Luís, fica encarregado de barrar a entrada de curiosos no prédio. Segundo o professor Vanin, a vigilância no local é feita 24 horas por dia.
"Toda a apuração é feita lá, inclusive a contagem dos pontos dos candidatos", afirma o vice-diretor.
Segundo ele, logo após o término dos exames, as provas são levadas em um carro-forte para o prédio da Poli. Todo o processo é acompanhado por policiais civis.
Segundo um dos coordenadores do local, que não se identificou, há pelo menos três anos a correção das provas da Fuvest é feita naquele local. Nunca ninguém tentou acompanhar a correção - e nem seria permitido.
"O que muito candidato faz é deixar recado na folha de respostas, pedindo para que o examinador leia com atenção e tenha cuidado com sua prova", diz um dos coordenadores.
O resultado da correção desta fase será enviado por correio para os candidatos que passaram para a segunda fase - não é necessário pedir.
"Vamos estudar se podemos estender essa medida também aos reprovados na primeira etapa", diz o vice-diretor da Fuvest.
Vanin diz que o vestibular da Fuvest custa para a instituição cerca de R$ 5 milhões. (LPz)

Texto Anterior: Maratona de exames cansa vestibulandos
Próximo Texto: Matemática da Fuvest recebe crítica
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.