São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 1995
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Disney e Culkin disputam público infantil

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

As férias começaram há um mês, mas só agora chegam aos cinemas os principais filmes infantis da temporada. Hoje estréiam três: "101 Dálmatas", de Walt Disney, "Ninguém Segura Este Bebê", de Patrick Read Johnson, e "Riquinho", de Donald Petrie.
Cada um tem seus trunfos. "101 Dálmatas" é um clássico da animação com 34 anos de sucesso estrondoso (258 milhões de espectadores e 15,9 milhões de fitas de vídeo vendidas) e o encanto inimitável das produções Disney.
"Ninguém Segura Este Bebê", produzido pelo novo magnata dos filmecos infanto-juvenis, John Hughes, investe nos efeitos especiais para reavivar a fórmula gasta do "bebê que faz tudo que um adulto faz, só que mais bonitinho".
"Riquinho", por sua vez, aposta na repetição do sucesso que a história em quadrinhos homônima obteve nos anos 60, e também no que sobrou do carisma do astro mirim Macaulay Culkin, que depois de "Esqueceram de Mim" só andou ladeira abaixo.
Se os três podem ser considerados "filmes infantis", isso não significa que se dirijam à mesma faixa de público.
"101 Dálmatas" foi concebido para crianças pequenas, mas costuma agradar também aos adultos; "Riquinho" tem como público-alvo a garotada na pré-adolescência (dos 10 aos 12 anos, mais ou menos); "Ninguém Segura Este Bebê" corre o risco de só divertir os espectadores com idade mental inferior a 12 anos.
A esse propósito, "Riquinho" sofre uma desvantagem diante de seus concorrentes: é o único dos três que não terá versão dublada, o que obviamente dificultará seu acesso ao público pré-escolar. Do jeito que andam as escolas, ao público escolar também.
O lançamento simultâneo desses três filmes mostrará uma competição curiosa entre três "marcas" do mercado infantil de cinema: Disney, Hughes, Macaulay. Não é uma disputa propriamente equânime: "Ninguém Segura Este Bebê" entra em 17 salas; "Riquinho", em dez; "101 Dálmatas", em quatro.
Se grandes produções disputam o público infanto-juvenil, as duas únicas estréias de hoje voltadas para os adultos são "filmes de autor": "Oleanna", de David Mamet, e "Comer, Beber, Viver", de Ang Lee.
Ambos são produções realizadas à margem dos grandes estúdios e assinadas por cineastas originais e de prestígio.
"Oleanna" é a adaptação de uma peça do próprio David Mamet e discute de um ponto de vista bastante pessoal o tema do "sexual harassment", que reaparecerá em "Assédio Sexual", de Barry Levinson, com lançamento previsto para 27 de janeiro.
"Comer, Beber, Viver", como o filme anterior de Ang Lee ("Banquete de Casamento"), é uma comédia de costumes que trata do confronto cultural China-América. Desta vez é ambientada em Taiwan, e não em Nova York –mas a comida continua no centro da tela.

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Sobre as estréias de cinema à pág. 5-6

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