São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995
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Indexação ainda gera atrito com governo

DA REPORTAGEM LOCAL

Se a colaboração com o novo governo é o mote que aparece com frequência no atual discurso dos sindicalistas, o enfrentamento não deve ser abandonado.
Um exemplo, que é visto como "ponto natural de atrito", é a intenção da equipe econômica de acabar com a indexação dos salários, com a extinção do IPC-r.
"O governo não pode pensar em pôr fim à indexação sem antes fazer as reformas na economia que garantirão que a inflação não vai voltar", diz Luiz Antônio de Medeiros.
Essa opinião é dividida com o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, José Eduardo Freitas de Almeida.
"Os sindicatos também são favoráveis à desindexação total da economia, incluindo aí os salários, desde que primeiro a inflação seja zerada."
O fato de a economia apresentar sinais de recuperação não é visto como ameaça para o movimento sindical, que teoricamente tem maior poder de aglutinação em momentos de instabilidade.
O movimento sindical também deve intensificar suas reivindicações por maiores participações nos lucros das empresas e nos aumentos de produtividade.
"O acordo fechado entre pequenas indústrias e o Simpi, que prevê participação dos trabalhadores nos lucros, é exemplo do que pode ser feito para melhorar o rendimento dos trabalhadores", diz José Eduardo de Almeida.
Na semana passada, o governo assinou uma medida provisória para promover esse tipo de entendimento entre capital e trabalho.
A MP não estabelece de que maneira isso se dará, mas deixa isentos de encargos trabalhistas ou previdenciários os ganhos que os trabalhadores venham a ter.

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