São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995 |
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Pelé ordena investigação sobre empresas de bingo
DA REPORTAGEM LOCAL O ministro extraordinário dos Esportes, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé, ordenou uma investigação sobre a indústria do bingo –dos estabelecimentos aos dirigentes de clubes e federações.A exigência foi feita em reunião com o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, sobre a questão dos bingos no Brasil. Segundo o ministro dos Esportes, os objetivos iniciais da Lei Zico não estão sendo seguidos. Sua finalidade era a de fornecer recursos adicionais aos clubes e ajudar os esportes olímpicos que sofrem com a falta de dinheiro. A porcentagem que cabe aos clubes e associações esportivas é considerada muito pequena. A Federação de Remo do Rio de Janeiro, que recebe 2% do faturamento, é o melhor exemplo. Situação mais favorável é a da Portuguesa –tem direito a 28%. Outro exemplo, o Bingo Cidade Jardim, em São Paulo, prevê a distribuição da renda líquida em partes iguais entre o Palmeiras e a Canoy, empresa que o administra. Segundo os esportistas, é melhor receber pouco do que nada. Os empresários afirmam que as entidades, não têm recursos e "know-how" para montar um estabelecimento de bingo. Elas entrariam apenas com o nome. O trabalho, o investimento e o risco do negócio seriam todos dos empreendedores. Outro argumento que eles utilizam para manter as casas de bingo é a criação de empregos diretos e indiretos. Pelé quer que os números sejam conhecidos. Ele defende mudanças drásticas na situação. O ministro conta com o apoio do secretário da Receita, que defende o fim dos bingos. Foi o próprio secretário quem entrou com ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal. A ação deve ser julgada em fevereiro. Caso seja aprovada, ela significará o fim do bingo eletrônico no Brasil. Na época em que Everardo Maciel entrou com o pedido que visa o fim das casas de bingo, ele era o secretário da Receita do governo do Distrito Federal. Arthur Antunes Coimbra, o Zico, ex-secretário de Esportes do governo Collor, acredita que "a culpa é dos clubes que se deixam explorar". Ele é a favor de que os clubes exijam seus direitos, ou seja, uma parcela maior do faturamento dos bingos. Zico não concorda com algumas emendas feitas em seu projeto, como é o caso do efeito suspensivo (instrumento usado pelos clubes para driblar a Justiça Desportiva no último Campeonato Brasileiro de futebol). Segundo ele, a própria liberação do bingo não estava no projeto. Texto Anterior: Romário sozinho não é solução para o Flamengo Próximo Texto: Governo 'caça' clubes-fantasmas Índice |
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