São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 1995 |
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Um caso singular da poesia italiana atual
MARIA BETÂNIA AMOROSO
Embora inicialmente apoiado por um grande poeta, Umberto Saba, e posteriormente reconhecido pela crítica, continua a viver no mais total anonimato e na quase miséria por toda sua vida. Quando surge, Penna destoa sobremaneira dos seus contemporâneos: mantém-se distanciado de qualquer preocupação formal e teórica. Seus poemas, de estrofes curtas e temas eróticos, são comparados aos dos líricos gregos e sua figura, tida como excêntrica e anárquica, alimenta a imagem de uma poesia espontânea, quase um dom natural do poeta. Havia uma estreita relação de amizade entre Pier-Paolo Pasolini e Penna: em 1960, Pasolini escreve dois famosos ensaios sobre o poeta (em "Passione e Ideologia") e passa a considerá-lo como o melhor lírico italiano do século. Além da poesia, os dois encontravam-se também no amor pelos meninos, no jogo de quem conseguia mais conquistas. Lendo os poemas de ambos porém a diferença desse amor é clara: enquanto Penna, segundo o próprio Pasolini, os ama na sua feminilidade, Pier Paolo os procura para um embate físico entre corpos. Texto Anterior: Em tempos de peste Próximo Texto: AKHMATOVA; POESIA Índice |
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