São Paulo, segunda-feira, 16 de janeiro de 1995 |
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Carro mata crianças e mutila 2 em BH
PAULO PEIXOTO
Todos foram atropelados pelo Uno preto placa GPK 4188, quando brincavam e cantavam na rua com outras 15 crianças. A polícia suspeita de que o motorista do Uno, Mauro Lúcio Roamanízio, 54, estivesse embriagado. Ele fez o teste de bafômetro na hora. Segundo a PM, o resultado foi de 16 decigramas de álcool por litro de sangue. O máximo permitido é de sete decigramas por litro. Roamanízio sofreu ferimentos leves e foi atendido no pronto-socorro do hospital Odilon Behrens. Em seguida foi levado para o Detran, onde prestou depoimento, e encaminhado para o Instituto Médico Legal para fazer exames mais apurados de teor alcoólico. O motorista não foi localizado ontem. A reportagem da Agência Folha falou por telefone na casa dele com uma mulher que não se identificou. Ela disse que Roamanízio estava nervoso e fora descansar em um sítio. Os meninos estavam no meio da rua –não há calçada no local– batucando em latas e cantando quando ocorreu o acidente, às 22h. O Uno, segundo testemunhas, surgiu em alta velocidade. As crianças correram e algumas delas foram em direção a um muro que está de frente para a rua, sendo atingidas pelo carro. O Uno arrebentou o muro e ficou suspenso entre a rua e o poste de eletricidade de uma casa. "A rua é estreita e em descida forte e não permite velocidade alta, no máximo 20 km/h", disse Maristela da Silva, uma das testemunhas e madrinha de um dos meninos atropelados. A menina Adriane do Carmo, 8, morreu a caminho do hospital João 23. O seu irmão, Davidson Ferreira do Carmo, 7, teve morte cerebral na manhã de ontem. Segundo a médica Sandra Maria Carneiro, coordenadora do plantão médico, outras duas crianças tiveram uma das pernas amputadas. A mãe de Adriane e Davidson, Ilsa Romualdo Ferreira, 27, sofreu ferimentos leves e foi liberada ontem, juntamente com seu outro filho, Ítalo Ferreira Davi, 3. Ítalo estava no colo de Ilsa no momento do acidente. Ele sofreu ferimentos nas pernas. O escrivão do Detran Geraldo Eustáquio disse que o inquérito será aberto hoje pela Delegacia de Acidentes de Veículos. Roamanízio prestou depoimento e foi liberado. Ele alegou à polícia ter perdido o controle do carro. Texto Anterior: Falta d'água atinge 1,3 milhão Próximo Texto: Engenheiro faz submarino em MG Índice |
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