São Paulo, segunda-feira, 16 de janeiro de 1995
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Turma da nicotina

RODRIGO LEÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Acho até louvável o interesse em combater o tabagismo. Eu mesmo o combateria se não estivesse ocupado acendendo mais um cigarro. Eu sei, fumar faz mal à saúde. Concordo.
Também não estou aqui para defender a indústria do cigarro: são porcos capitalistas. Mas acreditar que abolindo o cigarro dos meios de comunicação as pessoas vão parar de fumar é tolice. Se partirmos do princípio de que alguém fuma Marlboro por causa daquele caubói boiola, então a humanidade está condenada a um fim sinistro e doloroso.
O que o Ministério da Saúde está pondo em questão não é o fim do tabagismo, e sim a influência da comunicação de massa.
Se as pessoas não sabem se defender da sedução dos anúncios de cigarro, também não sabem avaliar se Coca-cola é isso aí. E se a publicidade tem esse poder todo, não é à toa que os donos de agências estão ricos e eu aqui, sem dinheiro até para comprar cigarros.

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