São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 1995 |
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Médicos criticam o projeto
DA REPORTAGEM LOCAL Médicos e representantes de entidades profissionais vêem com desconfiança a iniciativa da prefeitura de incentivar a criação de cooperativas de funcionários."Fomos treinados para atender baleados e esfaqueados. Não temos noção de planilhas de custo ou controle de gastos de um hospital", diz o cirurgião Alvaro Ney Bonadia, 36, do Hospital de Pirituba, bairro em que o plano deverá ser implementado inicialmente. "A palavra cooperativa está sendo usada para omitir a palavra privatização", diz Bonadia, para quem a iniciativa acabará se transformando em um "rico filão" para as empresas privadas de saúde. Com ele concorda José Knoplich, presidente da Associação Paulista de Medicina, que firmou convênio com a prefeitura para administrar o Hospital do Campo Limpo –o projeto ainda aguarda decisão da Câmara Municipal. "Os médicos da prefeitura não vão ter condições de se organizar em cooperativas." Para Knoplich, o projeto é uma maneira de "privatizar disfarçadamente o sistema público de sáude." Tito Nery, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, também endossa a tese da privatização. Braulio Luna, do Conselho Regional de Medicina, diz que "a prefeitura está brincando de fazer experimentos com a saúde da população num momento em que se espera soluções". Segundo Luna, o CRM pretende mobilizar órgãos representativos para tentar impedir a concretização do projeto. Texto Anterior: Pais acampam em fila para matrícula; Mulher dá à luz quadrigêmeos em SP Próximo Texto: Entrega de microforno atrasa 2 meses Índice |
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