São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Malle retrata iniciação amorosa

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Menina Bonita" (CNT/Gazeta, 23h30) e "Houve uma Vez no Verão" (Globo, 0h) apresentam visões praticamente opostas da iniciação sexual. No primeiro, vai-se do sexo ao idílio; no segundo, do idílio ao sexo.
Em "Menina Bonita", a estréia de Louis Malle no cinema americano, Violet (Brooke Shields) é a filha de 11 anos de uma prostituta (Susan Sarandon), no início do século. Vive num bordel de Nova Orleans com a mãe e, depois de perder a virgindade, torna-se uma das profissionais mais requisitadas da casa, até que um fotógrafo lacônico e estranho (Keith Carradine) a acolhe e casa-se com ela.
Louis Malle é um diretor que trata as coisas delicadas como se deve: com delicadeza. Seu filme não carrega em nenhuma tinta, não julga, não analisa, não faz discurso: apenas mostra. Magnificamente fotografado pelo sueco Sven Kykvist, tem uma atmosfera dourada e algo onírica.
O tom dourado predomina também em "Houve uma Vez um Verão". Mas aqui não se trata de um dourado que remete à iluminação artificial e ao sonho, mas à pura luz do verão. Num balneário americano, um menino (Gary Grimes) se apaixona por uma moça mais velha (Jennifer O'Neill), que perdeu o noivo na guerra.
A delicadeza também dá o tom aqui, situando este belo retrato da descoberta do sexo a anos-luz de distância dos filminhos vulgares sobre o assunto, que se tornaram um filão na última década. Se alguém ainda não viu, que veja –e grave "Menina Bonita".
(JGC)

Texto Anterior: Minissérie usará efeitos de 'Forrest Gump'
Próximo Texto: Fotos celebram juventude de Chet Baker
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.