São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 1995
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Falhas provocam tremores

DA REDAÇÃO E DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os terremotos ocorrem quando há liberação súbita de energia armazenada no interior da Terra.
A liberação de energia acontece quando a tensão nas placas rochosas que formam a crosta terrestre sobe a um ponto crítico, a partir do qual as rochas ou se fragmentam ou se movimentam.
A maior parte dos terremotos ocorre em cinturões que coincidem com as bordas de placas que formam a crosta terrestre, chamadas tectônicas.
Nesses cinturões existem falhas, ou rachaduras da crosta.
Apesar desse conhecimento, não existe um sistema confiável de previsão de abalos sísmicos.
Sabemos mais sobre o Sistema Solar do que sobre a Terra, afirma David Booth, do Centro de Pesquisas Geológicas Britânico, em Edimburgo.
Um dos principais cinturões de terremotos está no oceano Pacífico (veja mapa) e passa pelo Japão. Outro cinturão importante fica no Mediterrâneo.
As placas tectônicas –que podem ter 80 km de espessura– tendem a se mover algo entre um e dez centímetros por ano.
Como nem sempre elas se movem de fato, surge tensão entre elas, até que ocorre um deslizamento súbito, provocando um terremoto. A energia acumulada é liberada.
Normalmente um terremoto de grande magnitude é seguido por vários terremotos menores, próximos ao foco (local onde houve o deslizamento de rochas).
Os tremores menores acontecem porque o terremoto principal nem sempre libera toda a energia acumulada.
Além disso, o deslocamento pode aumentar a tensão em rochas em outros pontos próximos. São raros tremores que prenunciam um grande terremoto.
Escalas
Uma maneira de se medir terremotos é pela amplitude das ondas de choque emitidas do foco.
Em 1935, Charles Richter estabeleceu o sistema mais usado, a escala Richter. Nesse método, coloca-se um sismógrafo (aparelho que mede os tremores) a cem quilômetros do epicentro.
As ondas de choque que passarem por lá são medidas e as amplitudes são colocadas em uma escala logarítmica (logaritmo é um número que serve de expoente ao dez, por exemplo, usado para determinar um outro número).
Um terremoto de magnitude 7, por exemplo, é exponencialmente maior do que um de magnitude 6. Ou seja, a diferença de magnitude é muito maior do que se imaginaria para um intervalo de 6 para 7. A escala, por ser logarítmica, não tem limite máximo.
Los Angeles
Um artigo publicado esta semana na revista Science conclui que a cidade de Los Angeles, na Califórnia, não está sob perigo iminente de um grande terremoto.
James Dolan, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, verificou a oscilação na tensão entre as rochas que formam a crosta terrestre sobre a qual fica Los Angeles.
Segundo as medições, o acúmulo de tensão parece ser mais veloz do que a liberação dela através de abalos sísmicos.
Com base nos resultados, Dolan concluiu que a região se encontra ou em um período de calmaria entre tremores de magnitude moderada (6,7 na escala Richter) ou em um período anterior a um abalo sísmico muito forte (7,2 a 7,6 pontos na escala Richter).
Para os autores, a segunda possibilidade é mais provável.
Embora eles não possam dizer quando esse abalo ocorrerá, Dolan e seus colegas acreditam que será no mínimo após decorridos alguns séculos.

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