São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 1995
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Para analistas, tremor é primeiro de uma série

SEBASTIAN MOFFETT
DA REUTER, EM TÓQUIO

Os especialistas que estudam a crosta terrestre acham que o tremor de ontem talvez seja o precursor de uma série de grandes terremotos na região.
Esta área está tranquila há 40 anos e alguns sismólogos achavam que entraríamos num período mais ativo. Parece que já estamos nesta fase, disse o professor Kazuo Oike, da Universidade de Kyoto.
O Japão tende a sofrer muitos terremotos porque a placa tectônica do mar das Filipinas tenta abrir caminho por baixo da placa eurasiana, embaixo do Japão.
Alguns sismólogos acham que é provável que mais ou menos a cada cem anos ocorra um terremoto de magnitude aproximadamente 8 na região atingida ontem.
Eles dizem que durante os 50 anos decorridos desde o último grande abalo nessa região a pressão vai aumentando debaixo da crosta terrestre, aguardando o momento de ser liberada.
Kioyo Mogi, presidente de um centro governamental de previsão de terremotos, em Tóquio, disse que é provável que várias décadas se passem antes que um terremoto realmente gigantesco atinja a costa do centro-oeste do Japão. Mas durante esse período é provável que a região sofra vários abalos.
Mas há divergências acirradas sobre até que ponto os cientistas podem realmente prever os movimentos da crosta terrestre.
Na condição de um dos pontos de maior atividade sísmica mundial –e um dos mais ricos–, o Japão atualmente gasta cerca de US$ 100 milhões por ano na tentativa de prever terremotos, na esperança de que a população possa evacuar as regiões que serão atingidas, se for avisada a tempo.
Existem cerca de 200 sismógrafos espalhados pelo país, prontos para registrar deslocamentos precursores da crosta terrestre e transmitir os dados a um computador central, em Tóquio. Mas até agora o sistema não conseguiu prever um único terremoto.

Tradução de Clara Allain

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