São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
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Banespa gera atritos entre equipes de Covas e FHC

FIDEO MIYA
DA REPORTAGEM LOCAL

As divergências sobre o futuro do Banespa abriram uma área potencial de atrito entre as equipes econômicas do governador de São Paulo, Mário Covas, e do presidente Fernando Henrique Cardoso.
O interventor do Banespa, Altino da Cunha, adiou decisões sobre demissões entre os 34 mil funcionários do banco enquanto o governo paulista não apresentar proposta para pagar dívidas de cerca de R$ 10 bilhões do Tesouro estadual e de estatais paulistas.
O BC acha que a economia obtida com as demissões seria inócua sem uma solução para as dívidas.
Mas a divergência está na privatização dos bancos estaduais, defendida pelo ministro Pedro Malan (Fazenda), e Pérsio Arida, presidente do BC. Covas é contra.
O foco do atrito está na privatização de estatais como a Eletropaulo e a Cesp, defendida por Malan e Arida.
Covas quer manter o Banespa sob controle para promover o fomento no financiamento de empreendimentos agrícolas e industriais no interior.
Com esse objetivo, o plano de saneamento de Covas, que inclui a Nossa Caixa Nosso Banco, não contempla o fechamento indiscriminado de agências deficitárias do interior.
Os governadores de Sergipe e do Mato Grosso anunciaram que os bancos oficiais dos seus Estados sofrerão intervenção negociada do BC.
O Banco do Estado do Sergipe acumula déficit de R$ 1,2 milhão. O Bemat (MT) tem R$ 12 milhões em passivos trabalhistas.
As intervenções seguirão modelo do Banespa e do Banerj. A intervenção nos bancos dos Estados de Mato Grosso e Alagoas, marcada para ontem, foi adiada. Deverá começar até segunda-feira.

Colaboraram a Sucursal de Brasília e a Agência Folha, em Campo Grande

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