São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
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Desempregado violenta e mata filho de 1 ano

CLÁUDIA COLLUCCI
EDITORA-ASSISTENTE DA FOLHA NORDESTE

O desempregado Ronaldo Juvenal dos Santos foi preso em flagrante na madrugada de ontem, em Ribeirão Preto (SP), sob a acusação de matar seu filho Luís Felipe Dantas dos Santos, de 1 ano e 2 meses de idade.
Segundo o laudo da Santa Casa de Ribeirão, onde o garoto foi atendido –já com parada cardiorrespiratória–, Luís Felipe teve uma hemorragia interna, possivelmente provocada por pancadas no abdômen.
O garoto também tinha dois braços fraturados, queimaduras causadas por cigarros nos pés, no tórax e no rosto, uma fissura no ânus, dois dentes quebrados e hematomas pelo corpo.
O crime aconteceu em uma casa de dois cômodos, na Vila Elisa, zona norte de Ribeirão, que tinha sido alugada havia cinco dias por Santos.
Ele disse ontem, em entrevista exclusiva à Folha, que violentou o filho (leia texto ao lado). Até então, ele negava a violência sexual, alegando que o ferimento no ânus teria sido provocado por uma pancada na torneira da pia.
Santos está preso na sala da triagem da Cadeia Pública de Vila Branca, junto com outro detento acusado de tentar matar o pai.
Segundo o delegado Mauro Antônio Corauci, 47, diretor-adjunto da cadeia, Santos correrá perigo de vida caso seja colocado com os demais presos. Ele diz que o preso que divide a sala com Santos é "dócil e não oferece perigo".
A pena para o crime de homicídio qualificado varia de 12 a 30 anos de prisão.
A mãe do garoto, Regiane Aires Dantas, foi ouvida na madrugada de ontem no plantão policial e confessou que o marido batia no filho. Ela disse que não denunciou o caso à polícia porque também tinha medo de ser espancada.
Regiane afirmou que não estava em casa na hora do espancamento. "Eu estava na casa da vizinha e quando vi ele (Santos) já estava com meu filho desacordado nos braços", disse.
Segundo a vizinha do casal, Anabel Seixas Gonçalves, 22, que ajudou a socorrer a criança, Santos bateu em sua porta por volta das 20h de anteontem pedindo socorro. Ela disse que o menino estava desmaiado e corria sangue pela boca. "Nem imaginei que ele tinha sido espancado."

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