São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
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Rio tem pelo menos 11 pessoas sequestradas

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Pelo menos 11 sequestros estão em andamento hoje no Rio. Em cinco casos, a DAS (Divisão Anti-Sequestro) perdeu a pista dos sequestradores e acredita que os reféns estejam mortos.
O diretor da DAS, Antônio Agra Lopes, disse que a polícia vê conexões entre as quadrilhas de sequestradores.
"Acreditamos que, quando um grupo planeja um sequestro, chama para a ação pessoas de outro grupo que tenham participado de sequestros anteriores", afirmou.
Em cinco sequestros ocorridos entre o final de 93 e o primeiro semestre de 94, não houve mais contato dos sequestradores com a família. O delegado Agra Lopes disse acreditar que os reféns foram mortos.
Ontem, policiais militares libertaram o médico Francisco Nanci, 76, sequestrado no dia 28 de dezembro do ano passado. Três sequestradores foram presos e um fugiu.
Nanci foi encontrado numa casa que servia de cativeiro, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense). O médico é dono de duas clínicas de saúde em Itaboraí e São Gonçalo (região metropolitana do Rio).
Os policiais do 15º Batalhão (Caxias) receberam uma denúncia de movimentação estranha na casa 131 da rua Recife, em Caxias. Eles cercaram a área e renderam os sequestradores.
Não houve reação. Foram presos Marcos Vieira de Souza, 22, Jorge Fernandes Bernardino, 30, e Niedja da Silva Costa, 21.
Na casa os policiais apreenderam uma pistola 9 mm, um revólver 38, munição para as duas armas e um cartucho para fuzil AR-15, além de três toucas Ninjas.
No último sábado, o empresário Daniel Barata, sequestrado em dezembro, foi encontrado morto e enterrado num local que servia de cativeiro. Um sequestrador foi preso.
Só em 95, já houve três sequestros: o do comerciante Manoel Teixeira Pereira, o do empreiteiro João Antônio Queiroz Galvão (diretor da construtora Queiroz Galvão) e o do empresário Mauro Rubem, dono do laboratório Célula.
A família de Queiroz Galvão não comunicou o caso à DAS. O delegado Agra Lopes disse ter sido informado de que os sequestradores já mantiveram contato com a família.
A assessoria de imprensa da construtora Queiroz Galvão, que tem servido como porta-voz da família, negou que tenha havido qualquer contato dos sequestradores.

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