São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
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Juros do mercado futuro voltam a subir

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Juros do mercado futuro voltam a subir
Bolsa paulista cai 3,11% e volume é o menor desde 7 de dezembro de 94; dólar comercial fica estável
As Bolsas brasileiras voltaram a cair ontem e os juros continuaram subindo. A queda mais pronunciada ontem nas Bolsas foi no período da tarde. O índice da Bolsa paulista fechou com baixa de 3,11%. O índice Bovespa futuro (40.500 pontos) para fevereiro ficou abaixo do à vista (40.785 pontos), indicando que as perspectivas para o mercado não são otimistas.
O sucesso do leilão de títulos do Tesouro do México trouxe maior confiança no mercado, mas os investidores externos ainda estão reticentes.
Os índices das Bolsas seguem um movimento de montanha-russa. Faltam compradores e os preços caem. O volume de negócios foi de R$ 173,7 milhões. O menor volume desde 7 de dezembro de 94 (R$ 161,7 milhões).
A taxa média do over subiu de 4,48% para 4,49% ao mês. Os juros dos Certificados de Depósito Bancário também se elevaram. No mercado futuro de DI, a projeção de juros para fevereiro saltou de 3,36% no dia anterior para 3,41% ontem.
Os juros sobem por causa do menor número de dias úteis em fevereiro (18) do que janeiro (21). O Banco Central também elevou os juros dos BBCs no dia anterior em leilão para evitar o aumento nas saídas de recursos para o exterior e estimular os exportadores a fecharem câmbio com as cotações atuais para aplicar no mercado financeiro.
Os exportadores voltaram a fechar câmbio estimulados pelos altos juros internos e a eliminação do compulsório sobre os Adiantamentos de Contratos de Câmbio. O acumulado do fechamento de contratos de exportação e importação era negativo ainda em US$ 7,96 milhões este mês até o último dia 17, segundo dados do Banco Central.
A economia brasileira já perdeu US$ 1,236 bilhão este mês até o último dia 17, levando-se em conta que as importações estão superando as exportações e as saídas financeiras superam as entradas. Em novembro, a perda foi de US$ 230 milhões e em dezembro o saldo foi também negativo (saída líquida de US$ 1,18 bilhão).
O banco Union Bancaire Privée divulgou ontem seu relatório semestral aconselhando aos seus clientes que os investimentos nas Bolsas brasileiras sejam concentrados em companhias privadas. Apesar de prever uma alta do índice Bovespa de até 62 mil pontos no final do ano –contra 40.785 pontos ontem– "depois das surpresas mexicanas, os investidores poderiam colocar-se num compasso de espera", segundo os analistas de Genebra.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, ontem, em média, 0,114%. A taxa média do over foi de 4,49% ao mês, projetando rentabilidade de 3,37% no mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 4,64% ao mês, projetando rendimento de 3,48% no mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,7298%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 33% e 57% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: entre 14% e 19% ao ano mais a variação da Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,83% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 70% e 81% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,69% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 3,11%, fechando com 40.785 pontos e volume financeiro de R$ 173,7 milhões. Rio: queda de 1,5% (I-Senn), fechando com 19.196 pontos e volume financeiro de R$ 17,03 milhões.

Bolsas no exterior
Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.223,31 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.339,00 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,845 (compra) e R$ 0,846 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,844 (compra) e R$ 0,846 (venda). "Black": R$ 0,845 (compra) e R$ 0,855 (venda). "Black" cabo: R$ 0,850 (compra) e R$ 0,855 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,48%, fechando a R$ 10,40 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5700. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5310 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 98,94 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 382,30.

FUTUROS
No mercado futuro do índice Bovespa na BM&F, a cotação para fevereiro ficou em 40.500 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para janeiro fechou a R$ 0,855 e para fevereiro a R$ 0,875.

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