São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Zico aprendeu a avaliar gravidade de tremores

Ex-jogador diz que beirou o desespero em terremoto

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-jogador Zico, 41, lembrou ontem no Rio os terremotos por que passou quando morou no Japão, entre 1991 e 1994. Beirou o desespero em julho do ano passado, na cidade de Kashima.
"Não sou de me assustar, mas eu dormia com meu filho caçula no 15º e último andar de um prédio", contou.
"Houve uma tremedeira, deu uma balançada, e eu estava sem minha mulher, Sandra, por perto para ajudar a cuidar do Thiago. Foi duro."
O maior tremor de terra vivido por Zico foi em 1993. "Eu estava em minha casa de Tóquio, dando uma entrevista à então correspondente da Folha no Japão, Andréa Fornes."
"Senti a casa sair do lugar. Tudo treme, os copos balançam." Zico aprendeu a avaliar a gravidade dos terremotos.
"Quando as coisas balançam lateralmente, saindo do lugar, dá para segurar. O problema é quando tudo mexe verticalmente, de cima para baixo, como nesta semana."
Zico não era obcecado pelas medidas de prevenção de acidentes em caso de tremores.
"Sandra, minha mulher, fazia isso. Como as autoridades recomendam, ela deixava uma bolsa, com muita água para o caso de ficarmos presos."
A rotina doméstica tinha peculiaridades. "Sempre, toda noite, sem nunca esquecer, desligávamos o gás antes de dormir. O problema não é tanto o terremoto, mas o que vem depois, como o fogo."

Texto Anterior: Londrina busca informações
Próximo Texto: Brasileira perde marido e os dois filhos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.