São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
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Praias e história são alternativas aos safáris

MANOEL DIRCEU MARTINS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Engana-se quem pensa que a aventura no Quênia se resume aos safáris pelas savanas. Os 600 quilômetros de costa do oceano Índico, com Mombaça, Malindi e Lamu, oferecem praias limpas e acervo histórico que remonta as peripécias de Vasco da Gama.
A menina dos olhos da região é azul, vive povoada de peixes e se chama Parque Nacional Marinho de Malindi. A região está sob proteção ambiental no Quênia.
A temperatura da água varia entre 25oC e 28oC, com visibilidade de até 40 metros, o que a torna ideal para "snorkel" e mergulho.
A paisagem embaixo d'água é coberta de recifes de corais, estrelas e pepinos-do-mar, crustáceos, arraias gigantes e peixes coloridos. Em alto-mar, cardumes de atum, merlins negros e até tubarões patrulham o pedaço.
Antes disso, o navegador Vasco da Gama "descobriu" a cidade em 1498, ao avistá-la de sua frota a caminho das Índias. Atualmente o forte funciona como museu.
A 120 quilômetros ao norte dali, o "Padrão de Vasco da Gama" lembra a passagem do explorador português pelo vilarejo de Malindi, no final do século 15.
Hoje essa cidade praiana é uma das preferidas pelos turistas europeus, sobretudo italianos e alemães. Malindi tenta conservar a atmosfera de paraíso tropical e colônia de pescadores.
Mas o turismo trouxe uma incômoda visitante para a região: a Aids. Ela é a principal preocupação das autoridades sanitárias locais, pois tem no turismo sexual um fator de propagação.
Como em grande parte da costa do Quênia, a ilha de Lamu, localizada a 700 quilômetros de Nairóbi, é dominada pela arquitetura árabe. Até o século 19, o porto de Lamu era um dos mais movimentados do país.
Por volta de 1900, a ilha começou a perder a primazia comercial para Mombaça, escolhida para ser o portão do leste africano.
Para o turismo a troca se mostrou vantajosa. Enquanto as ruas de Mombaça lutam contra a fumaça dos caminhões e ônibus barulhentos, em Lamu o transporte é feito em lombo de burro.
O centro da vila tem tudo de uma típica cidade árabe antiga. Os homens andam em grupos vestindo batas "kansus" e turbantes e as mulheres vestem preto nas ruas. (Manoel Dirceu Martins)

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