São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
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Terra fértil levou os gregos à Sicília

MARIO CESAR CARVALHO

Na Sicília
O que os gregos foram fazer na Sicília? Não há uma única resposta: a mais clássica diz que a superpopulação de Atenas e Esparta, associada ao solo árido, levou parte dos gregos a buscar terras férteis do outro lado do mar.
Teria sido por isso que ocuparam a Sicília, a Calábria e até Nápoles –a chamada Magna Grécia.
Outra versão defende a hipótese de que o local era estratégico para se controlar o Mediterrâneo –a Sicília está localizada no centro deste mar.
O que os arqueólogos conseguiram provar até agora é que os gregos desembarcaram em Naxos, hoje chamada de Giardini Naxos, em 734 a.C.. No ano seguinte fundaram Siracusa.
É certo também que os gregos trouxeram na bagagem um modo de vida desconhecido pela população primitiva que ocupava a ilha ("siculi") e pelos fenícios, os primeiros colonizadores.
Os gregos já dominavam a técnica de construção de cidades enquanto a população local habitava cavernas.
Megara Iblea, cidade construída pelos gregos no século 8º a.C., tem uma malha urbana similar à das cidades modernas.
Outro choque para os habitantes da ilha foi o desembarque da cultura grega. Além de templos, os gregos construíam teatros que espantam até hoje.
O de Segesta, por exemplo, foi escavado na pedra do monte Bárbaro no 4º século a.C.
Ésquilo, o pioneiro dos dramaturgos clássicos, transitava entre Atenas, Siracusa e Gela. O filósofo Empédocles e o poeta Píndaro viveram em Agrigento.
A mais mortal das armas gregas na Sicília era um matemático e inventor –Arquimedes, que vivia em Siracusa.
Foi graças às máquinas de guerra inventadas por Arquimedes que Siracusa resistiu oito meses aos ataques do general romano Marcus Claudius Marcellus em 212 a.C.
Arquimedes morreu ao final da batalha atravessado por uma espada romana. Há historiadores que usam essa data (212/211 a.C.) como símbolo do fim do domínio grego e o início da hegemonia romana sobre a Sicília.
(MCC)

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