São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 1995
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Siracusa é "cidade ideal" desde Platão

CELSO FIORAVANTE
DA REDAÇÃO

Há mais de 3.000 anos Siracusa é motivo de orgulho de seus habitantes e conquistadores. O filósofo grego Platão (427 a.C.-347 a.C.), talvez seu maior admirador, citava a cidade siciliana como exemplo ao tratar de sua "cidade ideal".
Cosmopolita como poucas, a cidade sabe misturar com harmonia seu inigualável patrimônio histórico e sua aspiração turística.
História
Siracusa tem vestígios de presença humana desde o século 14 a.C., mas começa a ser colonizada com estrutura de cidade em 734 a.C., com a fixação de um grupo de gregos provenientes de Corinto liderados por Archia.
Depois dos gregos, a cidade sofre dominações dos cartagineses, romanos, bizantinos, árabes, normandos, svevos, genoveses e aragoneses, entre outros. O terremoto de 1693, apesar de não destruí-la totalmente como fez com a vizinha Noto, lhe acrescenta características barrocas na arquitetura.
Conheceu seu maior esplendor e poder político durante o governo de Dionísio (430 a.C.-367 a.C.). Tirano, governou a cidade de 405 a.C. até 367 a.C., data de sua morte. Nunca dormia em um mesmo aposento duas noites seguidas e mandava revistar todas as pessoas com quem mantivesse contato.
Venceu guerras contra a poderosa Cartago e transformou Siracusa em uma das maiores potências européias.
Turismo
A cidade de Siracusa pode ser dividida em duas. De um lado, Ortigia, ilha onde os primeiros siracusanos se fixaram e que guarda, em menos de 1 km2 de área total, sinais de arquiteturas grega, romana, bizantina, normanda, sveva, renascentista e barroca. Do outro, a terra firme.
Logo na entrada de Ortigia o turista se depara com o templo de Apolo, considerado o mais antigo períptero (templo fechado por colunas em todos os lados) de estilo dórico da Sicília. Ortigia é considerada uma mini-Veneza, perdendo para a cidade da costa adriática em tamanho, mas não em beleza.
Visite-a toda, em detalhes, e não deixe de comer no popular restaurante Aretusa (via Santa Teresa, 32). Para a sobremesa, veja se tem "pastina di mandorla", à base de amêndoas.
Para a terra firme, reserve um dia para visitar o Parco Monumentale della Neàpoli, que possui a maior parte dos monumentos clássicos gregos e romanos da cidade. Entre eles o anfiteatro romano, o teatro grego e o altar de Ierone 2º, além da gruta artificial conhecida como Orelha de Dionísio.
Não longe dali, o Museu Arqueológico Paolo Orsi (abre de 9h às 14h) conserva em seus 12 mil m2 um dos maiores, mais harmoniosos e bem-organizados acervos arqueológicos do mundo. Enfim, uma visita indispensável.

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