São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 1995
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Governo quer fechar 349 agências do BB

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo quer fechar 349 agências deficitárias do Banco do Brasil em todo o país. Estas agências estão relacionadas num documento obtido pela Folha e apresentado ao ministro Pedro Malan (Fazenda), 51, pelo Comitê de Acompanhamento das Instituições Financeiras Federais.
A Bahia possui o maior número de agências deficitárias (58), seguida de Minas (38), Ceará (27) e São Paulo (25), conforme os dados. Os menores números estão no Acre (1) e em Tocantins (2).
As 349 agências deficitárias do BB fazem parte de um total de 600 agências em todos os bancos federais que o governo pretende fechar no país, conforme anunciou Malan ao tomar posse na Fazenda.
Ontem, na Comissão de Economia do Senado, o ministro refez o cálculo e disse que o número não passa de 400.
O objetivo do fechamento é cortar custos para adequar os bancos à queda da inflação.
Malan disse que existe "duplicação de custos e competição predatória entre os vários bancos federais em uma mesma cidade".
Ele garantiu que caberá às direções desses bancos decidir onde fechar as agências, medida que não tem boa repercussão política.
Malan sugeriu que os bancos busquem parceria com os prefeitos interessados na permanência das agências dos bancos federais.
O senador Epitácio Cafeteira (PPR-MA) discorda do enxugamento do BB. Para ele, o banco é essencial ao desenvolvimento econômico do interior do país.
"Das oito agências listadas no Rio de Janeiro, todas estão fora de Copabacana", ironizou o senador.
O ministro disse que todos os bancos oficiais –estaduais e federais– necessitam de ajuste, mas têm situações diferenciadas.
Ele afirmou que a manutenção da troca de títulos públicos estaduais de São Paulo e Rio por títulos federais dependerá da colaboração dos governadores no saneamento do Banespa e do Banerj.
O Banco Central está negociando com os dois Estados a federalização das respectivas dívidas mobiliárias, num total de US$ 15 bilhões. Com isso, será feita a troca definitiva dos títulos públicos estaduais por títulos federais.

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