São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 1995
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Congresso aprova mínimo e faz 'vaquinha'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois senadores gaúchos, Pedro Simon (PMDB) e José Fogaça (PMDB), tentaram ontem, sem sucesso, tornar menos escandaloso o aumento de salário dos parlamentares. O único resultado foi um bate-boca com o senador maranhense Epitácio Cafeteira (PPR-MA).
A polêmica ocorreu na sessão em que os senadores aprovaram o salário mínimo de R$ 100 (aprovado por unanimidade) e o aumento da remuneração do presidente, ministros e parlamentares.
O projeto de aumento dos salários dos parlamentares determinou o pagamento de 15 salários por ano (no valor de R$ 8.000) aos deputados e senadores. O texto prevê ainda quatro salários em caso de convocação extraordinária.
"Até o meu filho telefonou hoje perguntando se passaria a receber 15 ou 19 mesadas", disse Simon.
Simon propôs a discussão de uma emenda que limitaria em 12 o número de salários, mas a sugestão foi desconsiderada. Os únicos votos contrários foram os de Simon e Fogaça, o que levou Cafeteira a comentar: "O Rio Grande do Sul deve estar muito bem de dinheiro." Irritado, Fogaça disse que seus únicos inimigos eram os editores de jornais e os que ajudavam os editores de jornais.
Parlamentares amigos do senador Humberto Lucena (PMDB-PB) organizaram ontem uma "vaquinha" e arrecadaram ontem os R$ 15.210,00 necessários para validar a anistia concedida ao presidente do Senado.
O Congresso aprovou na madrugada de ontem o projeto que anistia Lucena e os outros parlamentares acusados de uso eleitoral da gráfica do Senado, mas exige que os parlamentares paguem pelos serviços prestados.
Na Câmara, o projeto foi aprovado anteontem por 253 votos a favor, 110 contra e 8 abstenções. No Senado, foi aprovado por votação simbólica. O dinheiro arrecadado pelos de Lucena será entregue à gráfica para cobrir as despesas com os calendários.

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