São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 1995
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Os pára-choques de caminhões

MOYSES SZAJNBOK

Há mais de 15 anos, apresentei um trabalho no Congresso Brasileiro de Macroestudo de Segurança de Trânsito e obtive o primeiro lugar. De lá para cá, porém, nenhuma providência oficial foi tomada. E aumentaram acidentes e mortes em consequência de acidentes de veículos de passeios com traseira de caminhões.
Ganhei um prêmio que ainda não teve nenhuma utilidade prática. Seria até o caso de devolvê-lo aos organizadores do congresso, um protesto pela omissão do governo e aumento do número desses acidentes nas estradas.
O mais recente exemplo é trágico e atingiu uma personalidade famosa –o locutor esportivo Osmar Santos. A maioria de nossas vítimas, porém, é anônima: usam nossas estradas e nelas morrem ou saem inválidas, feridas.
O presidente Fernando Henrique Cardoso pode reverter a inércia governamental e, com a ajuda dos ministérios da Justiça e Transportes, implementar medidas técnicas que nos tirem da ingrata condição de campeões de acidentes nas estradas.
Do meu trabalho, duas conclusões se destacam: os pára-choques traseiros dos caminhões são construídos de maneira inadequada; existem ações de baixo custo que, em curto prazo, podem diminuir a gravidade dos acidentes.
Sugestão: uma especificação cuidadosa da geometria dos pára-choques e de sua localização. Surgem daí quatro importantes propostas:
– fixação da altura mínima e máxima do pára-choque, em correspondência aos carros de passeios;
– proibição de construir o pára-choque em baixo da carroceria, ficando fora dela ou no seu plano final;
– a superfície destinada a receber o impacto deve ser maior que a atual;
– o comprimento do pára-choque não pode ser inferior à largura total da carroceria, envolvendo-a, com cantos arredondados, e projetando-se pela lateral, em direção à frente do veículo.
Há ainda outras duas iniciativas, de baixo custo, que complementam as anteriores: o reforço da estrutura de suporte, substituindo as atuais barras por treliças; e a adoção de suportes com amortecedores e absorvedores de choque.
Com essas providências será mais fácil reduzir as estatísticas de acidentes e evitar o surgimento de novas vítimas, como Osmar Santos. Condição indispensável para que um dia possamos nos transformar em país desenvolvido.
Há ainda outras duas iniciativas, de baixo custo, que complementam as anteriores: o reforço da estrutura de suporte, substituindo as atuais barras por treliças; e a adoção de suportes com amortecedores e absorvedores de choque.
Com essas providências será mais fácil reduzir as estatísticas de acidentes e evitar o surgimento de novas vítimas, como Osmar Santos. Condição indispensável para que um dia possamos nos transformar em país desenvolvido.
Com essas providências será mais fácil reduzir as estatísticas de acidentes e evitar o surgimento de novas vítimas, como Osmar Santos. Condição indispensável para que um dia possamos nos transformar em país desenvolvido.

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