São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 1995
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Russos tomam palácio presidencial

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Tropas russas anunciaram ontem a conquista do palácio presidencial de Grozni, símbolo da resistência dos separatistas tchetchenos. Eles prometeram continuar a resistência.
A fase militar da campanha para deter a independência da república autônoma foi declarada encerrada pelo presidente Boris Ieltsin.
Soldados hastearam a bandeira da Rússia no prédio, que caiu em poder dos russos após 20 dias de intensos bombardeios.
O comandante tchetcheno Akhmed Baibatirov disse que os rebeldes deixaram o palácio para evitar mais mortes. O que não significa que fomos derrotados.
Ele afirmou que os últimos tchetchenos deixaram o palácio na noite de quarta-feira, levando mais de 200 prisioneiros russos.
Aparentemente, a tomada do prédio pelas forças russas acaba com as esperanças tchetchenas de manter controle sobre Grozni.
Especialistas militares ocidentais acreditam que agora deve começar guerra de guerrilha para expulsar os russos.
Baixo minha cabeça em memória aos soldados mortos neste conflito e às vítimas entre a população civil, disse Ieltsin em comunicado.
A fase militar da restauração da Constituição russa na república está efetivamente terminada.
A próxima tarefa, de restabelecer a lei e a ordem e os direitos civis da população, será transferida para o Ministério do Interior.
Apesar do anúncio, tanques russos continuavam a investir contra o centro e os subúrbios da cidade. Tchetchenos respondiam ao fogo com armas pequenas e granadas.
Estima-se que centenas de civis tenham morrido no conflito. O último balanço russo, da semana passada, dava conta da morte de 1.160 soldados.
Sob a liderança de Djokhar Dudaiev, a república, de maioria muçulmana, declarou independência em relação ao governo de Moscou em 1991. A ação russa começou em 11 de dezembro passado.
O destino de Dudaiev, ex-general da Aeronáutica soviética, é desconhecido. De seu esconderijo ele deu entrevista à emissora de TV turca Kanal D.
Acredita-se que ele tenha fugido para as montanhas que cercam Grozni, de onde comandaria a força de resistência.
Dudaiev disse temer que as forças russas usem armas químicas na Tchetchênia. A probabilidade de eles usarem armas químcas é muito alta.
Não ficou claro quando a entrevista foi realizada. Com auxílio de intérprete, ele pediu à Turquia e ajude os rebeldes tchetchenos.

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