São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 1995
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Anistia de Lucena; País de contrastes; Salário mínimo; Carreiristas de plantão; USP fechada; Descentralização; Mero engano

Anistia de Lucena
"A anistia (ou indulto?) ao senador Humberto Lucena representa a vitória do corporativismo em detrimento da ética e da moralidade parlamentar. Trata-se de mais um coice dos políticos na consciência limpa da nação, que reclama dos seus representantes um comportamento que pugne pela transparência e lisura. Mais uma vez o Congresso anda na contramão da história, legislando em causa própria e desmoralizando-se perante a opinião pública."
Ronaldo Caggiano (Brasília, DF)

"É obrigação do presidente da República vetar tanto o aumento de salários quanto a anistia aos senadores, sob pena de trair a população que o elegeu, comprometer o clima de austeridade, assim como prejudicar o andamento do processo de estabilização. Façamos alguma coisa antes que inescrupulosos acabem com o Brasil!"
Renato Ulhoa Dani (Belo Horizonte, MG)

"Felicitações à Folha pela pesquisa em que a opinião pública condena vigorosamente a anistia a Lucena."
Emir Sader (São Paulo, SP)

"Pesquisa Datafolha indica que a unanimidade dos eleitores de FHC acham a anistia imoral. O presidente levará em conta essa manifestação?"
Oswaldo Catan (São Paulo, SP)

"Qual é a grande contribuição do Senado brasileiro para a democracia? Além de distorcer ainda mais a proporcionalidade da representação parlamentar, tem demonstrado pouca capacidade política para refletir sobre projetos estratégicos e legislar nas necessárias questões de ordem estrutural."
Sebastian Rojas Archer (Rio de Janeiro, RJ)

País de contrastes
"O gesto emocionado e emocionante da senhora sobrevivente do terremoto no Japão, beijando o solo do aeroporto e suas palavras vindas do fundo do coração, 'Brasil, terra abençoada!', fizeram-me pensar. Até quando será o Brasil terra abençoada apenas por sua natureza linda e quase sempre suave, sem terremotos, furacões, tornados? Até quando, Brasil, terra pouco dignificada pelos feitos de seus governantes, seus parlamentares, seus líderes?"
Maria Cecília Mendonça de Barros (São Paulo, SP)

Salário mínimo
"Depois da aprovação dos elevados salários do primeiro escalão do governo, inclusive o do presidente, bem como dos deputados, senadores e ministros, Fernando Henrique pretende vetar o aumento do salário mínimo para R$ 100, um dos mais baixos do mundo e que não atende as necessidades do cidadão brasileiro. É mais uma afirmação de que o Brasil não é um país subdesenvolvido. É um país injusto."
Mario Negreiros dos Anjos (Rio de Janeiro, RJ)

"Esse papo de que o salário mínimo não pode aumentar porque implicará grande déficit para a Previdência Social é de um cinismo a toda prova. O presidente Fernando Henrique Cardoso, que teve aumento salarial de mais de 120%, ou de aproximadamente R$ 4.500, não reúne condições morais para vetar um aumento de míseros 43%, ou de ridículos R$ 30 para os pobres coitados que recebem o salário mínimo, mormente os aposentados."
Aloísio de Araújo Prince (Belo Horizonte, MG)

"O que estão fazendo com o país! Enquanto parlamentares ganham R$ 8.000, eu trabalho por R$ 85."
Kleber Cazzaro (Ponta Grossa, PR)

"Valeu a frase do personagem Justo Veríssimo, de Chico Anysio, que diz: 'Eu quero que pobre se exploda'. Parabéns aos eleitores de FHC."
Gilberto A. Giusepone (São Paulo, SP)

Carreiristas de plantão
"Mais uma vez estamos passando por um momento que suscita esperanças no sentido de que progressos e mudanças essenciais ocorram no Brasil. Na área da saúde pública, que conheço melhor, tais irregularidades e desmandos são abundantes. Um dos males, a propósito, é a tradicional presença dos carreiristas de plantão, também rotuláveis como turma da cortiça ou da espuma, além de pára-quedistas de gabinete. São indivíduos sempre no topo, encaixando-se bem junto ao poder, apesar de comumente não contarem com preparos específicos para as missões que assumem. É preciso descartá-los, mas infelizmente já noto que alguns vão tendo sucesso, a despeito da imperiosa necessidade de consumar vida nova, com base em estruturas e programações convenientes."
Vicente Amato Neto (São Paulo, SP)

Integralismo
"Lamentável a matéria do jornalista João Batista Natali publicada no dia 15 sobre Plínio Salgado e o integralismo. Entre aleivosias e meias verdades, o jornalista mostrou desconhecer o mais ilustre brasileiro deste século e a doutrina integralista. A impressão que ficou é que o jornalista não leu nenhuma das centenas de obras literárias e doutrinárias deixadas por Plínio Salgado. O integralismo continua vivo. Os políticos em breve descobrirão que as soluções para os problemas brasileiros estão na doutrina integralista."
Emanuel Pedro Tauyr (São José do Rio Preto, SP)

Resposta do jornalista João Batista Natali – Há gosto para tudo, definitivamente.

USP fechada
"O fechamento do campus da USP nos fins-de-semana e feriados prejudicou muito a população em geral, que o frequentava para o lazer. Além disso, deixaram de circular por aqui também os ônibus de linha. Essa medida é extremamente prejudicial para aqueles que utilizam os fins-de-semana para desenvolver seus projetos de pesquisa, que muitas vezes exigem dedicação exclusiva e ininterrupta. Trata-se portanto de uma medida elitista, pois afeta somente os pesquisadores, pós-graduandos e estudantes que não têm carro para ir ao trabalho."
Alexandre Pimenta, Fábio H. Florenzano, Guilherme Sipahi, Mário H. Barros, Mônica M. de Oliveira, Renata L. Souza, coordenadores da Associação de Pós-Graduandos da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Descentralização
"Prefeito de minha cidade pela segunda vez, posso atestar que as idéias contidas no artigo de autoria do dr. Chopin Tavares de Lima, publicado nesse jornal no dia 10/12, são a expressão da vontade da grande maioria dos prefeitos do interior do Estado. O que nós prefeitos queremos é exatamente a volta do caminho do diálogo e da descentralização."
Osvaldo de Paula Cardoso, prefeito de Silveiras (Silveiras, SP)

Mero engano
"Alguns bancos devolvem cheques emitidos por seus clientes que dataram distintamente exercício 1994 e não 1995. Será que não dá pra perceber que é mero engano, pois em janeiro de 1994 não havia real?"
Arcangelo Sforcin Filho (São Paulo, SP)

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