São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 1995
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Novo secretário da Receita manda incinerar 28 milhões de cigarros

JOSIAS DE SOUZA
DIRETOR-EXECUTIVO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai queimar 28 milhões de cigarros. Acondicionados em 70 mil pacotes, os cigarros foram apreendidos nos últimos anos como contrabando e encontram-se armazenados em galpões da Receita Federal em vários Estados.
A ordem partiu do novo secretário da Receita, Everardo Maciel, um convicto antitabagista. "Vamos incinerar, para poupar trabalho à rede de hospitais do país."
Osiris Lopes Filho, antecessor de Everardo na Receita, também mandou queimar cigarros. Fumante incorrigível, diz ter agido com "dor no coração".
Hoje, Osiris responde a uma ação popular por suposta "dilapidação do patrimônio público". Os autores da ação argumentaram que o cigarro apreendido pela Receita Federal deveria ser vendido e não queimado.
Vitorioso no julgamento realizado na primeira instância judiciária, Osiris se defende com bom humor. "Se pudesse, queimaria os cigarros individualmente, num processo à Geisel, lento e gradual. Mas não o fiz por duas razões: meus pulmões não resistiriam e a nicotina estava com fungos."
Osiris fuma duas carteiras por dia, o equivalente a 40 cigarros. As 28 milhões de unidades que Everardo mandará para a fogueira manteriam o ex-secretário da Receita abastecido por 700 mil dias, ou 1.917 anos.

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