São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 1995
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EUA querem petróleo mexicano como aval

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O secretário do Tesouro norte-americanao, Robert Rubin, disse ontem que a renda petroleira mexicana servirá como garantia ao empréstimo que os Estados Unidos se propõem a conceder ao México.
Lembrando que essa renda está registrada em dólares, Rubin declarou que o produto da venda mexicana de petróleo poderia ser colocado no Federal Reserve (banco central norte-americano).
"Esse fundo estará disponível se o México não pagar o empréstimo", disse Rubin, que não confirmouse o governo Mexicano aceitou a condição.
O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, continua negociando com os parlamentares para que aprovem a linha de crédito de US$ 40 bilhões ao México.
O governo mexicano reiterou que os recursos provenientes do petróleo não serão vendidos a estrangeiros.
O secretário de Energia mexicano, Ignacio Pichardo e os membros da Comissão de Energia da Câmara dos Deputados, afirmaram em comunicado, que "a propriedade da nação sobre seus recursos energéticos, entre eles, o petróleo, é inalienável".
Eles destacaram a necessidade de preservar a soberania do país neste setor, que desempenha um papel-chave na reativação e estabilização econômica do país.
Pichardo disse, no entanto, que as garantias para os financiamentos com direito sobre as vendas externas de petróleo não implicam, necessariamente, sobre as reservas do petróleo, que são propriedade do Estado.
O presidente da Comissão de Energia, Francisco Kuri, disse que o petróleo não deve servir de base para as negociações sobre o financiamento dos Estados Unidos para o México.
O presidente Ernesto Zedillo, em reunião com parlamentares, se comprometeu a não desnacionalizar o setor energético e nem incluí-lo como tema de reflexão.
Os dois principais bancos alemães, o Deutsche Bank e o Dresdner Bank, devem anunciar até a próxima sexta-feira, se participam do consórcio internacional de bancos que irão ajudar o México, segundo informações do mercado financeiro alemão, que estima em US$ 100 milhões a participação de cada instituição no pacote.
Ontem, a Bolsa de Valores mexicana operou em baixa de até 3% pela manhã. Na metade da sessão, recuperou as perdas, caindo apenas 0,49%. O peso teve outra desvalorização frente ao dólar e foi cotado a 5,65, em média, ante os 5,58 da véspera.

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