São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 1995
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Pipoca e Guarani, que programa legal!

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, até agora pipoca e Guarani é o programa legal. Nem o Palmeiras, nem o São Paulo, nem o Corinthians, nem o Santos, nem a Portuguesa. O Bugre é o time show.
Djalminha, Amoroso e Luisão. A triologia indígena que vem das terras campineiras. A trinca que brinca no Brinco de Ouro da Princesa. Aliás, no bico de ouro das chuteiras abençoadas.
Desde Dodô e Osmar não ocorria um Carnaval com um trio elétrico desses. Atrás do trio elétrico do Guarani só não vai a defesa adversária. Os três reis magos da bola. A santíssima trindade.
Então, tá combinado. Hoje tem espetáculo? Se estiver o Guarani, tem sim senhor. O show precisa continuar. O gol também precisa continuar. Let's gol on.
Eles são três, o número redondo. O triângulo de bermudas, meias e chuteira. A trinca que vem aí, no duro, tri-nindo, tri-nindo, tri-ncando.
Djalminha, Amoroso e Luisão. Campinas passa a ter a atmosfera siciliana do Murilo Mendes –que encantou a loura musa paulistana ("a musa é o logaritmo das mulheres de todos os tempos"):
"Trinácria, três pernas, triângulo:
Soa terra siciliana
Percutida pelo sol"
Percutida pelo gol, eu diria.
Ou, em uma outra tentação de bater bola com o poeta MM (por falar em MM, o técnico do Guarani será o ótimo Vadão, que fez o famoso carrossel caipira do Mogi Mirim):
"Triangular, triengolir, trianguloso:
Djalminha, Luisão e Amoroso".
E o índio não quer apito. Índio quer bater bola. Ou melhor, bolão. Os bons selvagens das campinas grandes contra os grandes da grande cidade. O futebol em campo com a alta tecnologia da Unicamp.

É com G ou com J?. O Guarani usa o G no chamado distintivo. O Juventus o J.
O Guarani estréia no Campeonato Paulista, no próximo sábado, contra o Juventus, aqui na capital. É o bugre contra o moleque travesso.
O Coalhada, aquele jogador criado pelo Chico Anysio, certa vez, declarou:
"A torcida do Juventus pode ficar tranquila que eu vou honrar este G que eu trago no peito." Então?

Com o Mancuso –admirado pelo Wanderley Luxemburgo– e com o Índio, o Palmeiras volta a ser novamente um time consistente, de peso, de grande força de marcação e com poder de chegada.
Só nos falta, agora, descobrir qual vai ser a ética do Espinoza.

Meu bem, meu benzinho, não chores. Amanhã tem o Batistuta bat-gol na TV.

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