São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 1995
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Suspense

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Nigel Mansell corre pela McLaren nesta temporada. Se a F-1 seguir sua lógica (?) o britânico será o companheiro de Mika Hakkinen este ano.
Na quinta-feira, acossada por um batalhão de jornalistas, a escuderia negou ter assinado com o britânico. Esse, ironicamente, é o sinal mais claro de que o negócio está fechado.
Para quem duvida, basta relembrar o episódio do acordo Mercedes-McLaren. Em Jerez, no ano passado, Ron Dennis afirmava que o contrato com a Peugeot seria mantido.
Ao seu lado, Jean-Pierre Jabouille, visivelmente embaraçado, confirmava aquilo que todo mundo sabia que era pura mentira.
Semanas depois, em Stuttgart, Dennis aparecia sorrindo ao lado de Roger Penske e seu Mercedes.
Mansell deve correr na McLaren porque custou muito caro para a F-1 trazê-lo de volta da Indy. Além disso, a Marlboro quer o piloto como garoto-propaganda.
Por mais que Dennis e a Mercedes não apreciem as confusões do Leão, foi ele que sobrou. Talvez tenham ainda a esperança de contar com Michael Schumacher, mas esta possibilidade é cada vez mais remota.
Para o torcedor brasileiro, porém, falta ainda a definição da equipe de Christian Fittipaldi. Na Europa, muita gente acredita que o piloto continuará na Arrows.

A Lotus decretou no meio da semana, com seu próprio fechamento, o fim de uma era. A era do construtor, das inovações, responsáveis pelo sucesso de vários campeões e também pelas mortes de outros.
A Lotus foi um dos maiores símbolos de uma época romântica que não existe mais.
A brincadeira perigosa de um bando de ricos e famosos se transformou, nos últimos 20 anos, em um batalha duríssima pela sobrevivência financeira.
Como já foi dito aqui, a tendência da categoria é transformar os times em filiais esportivas dos grandes fabricantes de veículos.
A morte da Lotus e nascimento da renascimento Mercedes, através da McLaren, exemplificam bem este movimento.
E é para essa direção que Max Mosley e Bernie Ecclestone dirigem seus esforços, em um caminho sem volta.
De qualquer forma, o espetáculo será mantido, pelo menos enquanto der dinheiro e promover comercialmente os nomes envolvidos.

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