São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 1995
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Novas regras de construção salvam edifícios

DO "THE INDEPENDENT"

Os prédios mais afetados pelo terremoto no Japão foram aqueles construídos antes dos anos 70.
As regras para novas construções, estabelecidas em 1971 e revisadas em 1980, salvaram muitos edifícios da destruição.
A legislação foi criada a partir de um terremoto que atingiu 7,7 pontos na escala Richter e arrasou a ilha de Hokkaido, ao norte do país, em 1968.
Terremotos sempre foram uma constante no Japão. Associados a um valor alto da terra, o resultado costumava ser que os prédios eram feitos para durar pouco.
As vantagens das novas regras eram visíveis no Instituto Kobe, ligado ao Saint Catherine's College, da Universidade Oxford.
Construído nos anos 90 sobre as colinas que cercam Kobe, era um dos poucos edifícios da cidade que escaparam quase incólumes.
"Engenharia de alta qualidade e regulamentos de construção rígidos ajudaram", diz John McAslan, da empresa de arquitetura Troughton McAslan Architects, projetistas do Instituto Kobe.
"Também houve sorte, porque ele está situado em uma base firme de rocha". No resto da cidade, diz o arquiteto, o terremoto tornou o solo uma "espécie de sopa". Nessas condições, mesmo um prédio bem projetado pode desabar.
As estatísticas mais recentes mostram que nas regiões de Kobe, Osaka e Kyoto cerca de 21.000 estruturas desabaram.
As normas de construção japonesas são as mais exigentes do planeta. "Quando nós desenhamos a torre Century em Tóquio no final dos anos 80", diz David Nelson, da empresa Sir Norman Foster and Partners, "os cálculos de engenharia preenchiam o equivalente a uma coleção da Enciclopédia Britannica".
Existem três tipos básicos de estruturas "à prova de terremotos" no Japão. Um deles emprega um contrapeso de concreto no topo do prédio. Ativado por computadores, muda sua posição no teto para fazer frente à força do tremor. Mas uma eventual falta de energia pode afetar o sistema.
Outro método emprega amortecedores de borracha que agem como uma forma de suspensão, mas só serve até prédios de 15 andares.
O terceiro método, como na torre Century, usa estruturas internas resistentes a terremotos moderados, capazes de flexionar e de absorver energia de fortes tremores.

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