São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 1995
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Tchetchenos prometem continuar guerra

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os líderes rebeldes da Tchetchênia prometeram continuar a luta contra as tropas russas.
O presidente Djokhar Dudaiev concedeu ontem uma entrevista coletiva. "O povo tchetcheno está acostumado com as bombas e os mísseis –eles não assustam nem as crianças– e está se preparando para enviar o sofrimento de volta de onde ele veio."
Os rebeldes pediram aos jornalistas baseados na cidade daguestanesa de Khasaviurt, na fronteira com a Tchetchênia, que não revelassem o local da entrevista.
Porta-voz de Dudaiev, Movladi Udugov disse que o fim dos combates anunciado pelo governo russo não passa de um "desejo".
Anteontem, as tropas russas tomaram o palácio presidencial em Grozni, símbolo da resistência tchetchena ao poder de Moscou.
Segundo Udugov, tchetchenos abandonaram o palácio, porque o prédio danificado por bombas e mísseis não oferecia segurança.
Ex-coronel do Exército soviético e agora chefe do Estado-Maior tchetcheno, Aslan Maskhadov, disse que suas tropas "dispõem de força suficiente" para expulsar os soldados russos de Grozni.
Um dia após tomar o palácio presidencial de Grozni, tropas russas prosseguiam os bombardeios contra áreas da capital tchetchena.
Os ataques mais intensos se dirigiam contra o bairro Minutka, o mais próximo do centro da cidade, e contra a estação de bondes, retomada pelos rebeldes.
As tropas de Moscou atacaram mercado situado a cerca de 3 km a sudoeste do centro de Grozni.
O ataque deixou um número indefinido de mortos quando foguete atingiu prédio de apartamentos.
O comando militar russo admitiu pela primeira vez a existência de grupos guerrilheiros tchetchenos nas montanhas caucásias.
Um oficial da guarnição de Mozdok, quartel-general das tropas russas, informou que guerrilheiros explodiram várias pontes sobre o rio Guerzel, próximo a fronteira do Daguestão.
Militares russos divulgaram novos números de baixas na guerra. Segundo o coronel-general Alexander Jerebstov, morreram 559 soldados russos e ficaram feridos pelos menos 2.000. Entre os rebeldes, os mortos seriam 3.874.
Em Moscou, o ministro da Defesa, Pavel Gratchev, foi criticado por parlamentares, que pediram sua demissão.

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