São Paulo, terça-feira, 24 de janeiro de 1995
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Câmbio facilita importação de lácteos para o Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

O câmbio na faixa de R$ 0,85 para um dólar está acelerando a expansão das vendas de produtos lácteos argentinos no Brasil.
"A atual cotação do dólar compensa a desvantagem que a indústria argentina tem nos custos internos", diz Carlos Alberto Rosso, gerente da Mastellone Hermanos em São Paulo.
Segundo ele, apesar do custo menor de produção na fazenda em relação ao Brasil, os gastos da indústria argentina são maiores com a mão-de-obra e os impostos.
No Brasil, pesquisadores e dirigentes de empresas de laticínios costumam afirmar que a defasagem tecnológica da indústria argentina é um dos motivos do encarecimento dos seus custos.
Mas tanto Rosso como Mario Sanchez, diretor da SanCor do Brasil, empresa de laticínios cuja matriz argentina é líder em recebimento de leite (4,5 milhões de litros por dia), não concordam com essa avaliação.
"As principais empresas argentinas de laticínios têm tecnologia de última geração, acompanhando as inovações da Austrália, Nova Zelândia e Europa", diz Sanchez.
Cerca de 95% dos 1.890 produtores integrados à Mastellone na Argentina possuem câmaras de refrigeração de leite na própria fazenda, afirma Carlos Rosso, gerente da empresa em São Paulo.
A produtividade média dos produtores ligados à Mastellone é de 19 litros por vaca ao dia.
Aos produtores que entregam o leite com temperatura entre 4ºC e 9ºC, a empresa paga um acréscimo de 5% sobre o preço normal.
SanCor
A SanCor, que lidera a venda de queijos na Argentina, também decidiu ampliar seus negócios no Brasil.
Instalada em São Paulo desde 1986, a SanCor restringiu-se até hoje a negociar com supermercados a venda de seus produtos (queijos, manteiga, leite em pó e maionese).
No segundo semestre deste ano, a SanCor do Brasil planeja implantar na Grande São Paulo uma linha de fracionamento para elaboração de queijos ralados, que serão empacotados no mesmo local.
Junto com a linha, a SanCor vai implantar um depósito para seus produtos e uma câmara de refrigeração.
A SanCor da Argentina pretende investir nos próximos cinco anos US$ 200 milhões no aumento de sua capacidade de produção, visando também o Mercosul.
Em 94, a SanCor faturou no Brasil US$ 22 milhões, bem mais que os US$ 10 milhões de 93.
Para este ano, a empresa prevê uma receita de US$ 24 milhões a US$ 30 milhões.
O faturamento da matriz da SanCor foi de US$ 750 milhões no ano passado, acima dos US$ 580 milhões de 93.
A SanCor reúne mais de 200 cooperativas na Argentina e conta com aproximadamente 8.000 produtores.

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