São Paulo, terça-feira, 24 de janeiro de 1995
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Fim de expediente

Em 30 de dezembro, último dia útil do governo Fleury em São Paulo, o então futuro secretário de Energia de Covas, David Zylberstajn, despachava na sede do governo de transição. Recebeu um telefonema desesperado de um servidor de uma estatal.
O funcionário, que já havia colaborado com o programa de governo tucano, estava sem saber o que fazer. Quando Zylberstajn atendeu o telefone, ouviu do outro lado da linha uma pergunta:
– O presidente mandou subir o contrato de fornecimento de tubos de aço para a empresa no valor de R$ 15 milhões. O que é que eu faço?
O futuro secretário olhou o relógio: eram cerca de 15h. Pensou um pouco e orientou o funcionário:
– Ponha o contrato em sua pasta e saia do prédio.
– Mas ele quer assinar o contrato ainda hoje.
O futuro secretário ponderou:
– Não se preocupe. Quando você voltar ao trabalho, o governo será outro. Aproveite que está perto da avenida Paulista e vá olhar uns livros na Livraria Cultura.
O funcionário foi embora e o contrato nunca foi assinado.

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