São Paulo, terça-feira, 24 de janeiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Empreiteiros cobram pagamento de Covas
CARLOS MAGNO DE NARDI
O Estado deve hoje cerca de R$ 3 bilhões a empreiteiros por obras já realizadas. O empresário João Antonio Del Nero, presidente da Figueiredo Ferraz Engenharia de Projetos, por exemplo, deu o tom da cobrança. Durante a audiência pública, uma espécie de fórum de debates de problemas da administração estadual, Del Nero cobrou uma dívida de R$ 600 mil. "Com o atraso do pagamento somos forçados a reduzir salários e número de empregados", disse o empresário. Ao comentar a intervenção de Del Nero, Covas afirmou que a prioridade do governo é pagar o funcionalismo e o custeio do Estado (gastos com manutenção da máquina pública). "Eu não sei nem mesmo como vou pagar a comida da Febem (Fundação para o Bem-Estar do Menor)", disse o governador. Em janeiro, os salários dos servidores estaduais foram parcelados em três vezes. Covas também disse não saber como vai saldar as dívidas com as empreiteiras. Audiência A audiência pública de ontem tinha por objetivo discutir a situação financeira da CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços), empresa estatal que gerencia obras para todas as secretarias estaduais. Segundo o presidente da CPOS, Robert Srour, em 94, ela teve uma despesa de R$ 21,25 milhões contra uma receita de R$ 1,7 milhão. Covas considerou esses resultados "inaceitáveis". Disse que a existência da estatal vai depender da superação do atual quadro deficitário. O governo afirma que a empresa tem hoje uma dívida de R$ 25,5 milhões. Para melhorar a situação financeira, a diretoria reduziu em 50% o números de funcionários. Até 1º de janeiro, a CPOS tinha 817 funcionários. No governo Covas, esse número passou a 408. Com esses cortes, a empresa reduziu de R$ 15,21 milhões para R$ 8,92 milhões o gasto anual com a folha de pagamentos. Outra medida em implantação é a aplicação de métodos da iniciativa privada em sua gestão. Para Covas, "a CPOS tem que atuar como empresa, ir atrás de clientes com serviços de qualidade porque o Tesouro não tem condições de socorrer estatais". A audiência pública de ontem teve a participação de 50 pessoas. Texto Anterior: Ari divulga nota a favor da privatização de banco de Alagoas Próximo Texto: Governo faz demissões em empresas energéticas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |