São Paulo, terça-feira, 24 de janeiro de 1995
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Barão abre o festival com rock pesado

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O Barão Vermelho pretende sacudir o público do Hollywood Rock 95 apresentando um repertório basicamente pauleira, mas mesclado com uma balada e um blues.
Ao abrir, com um show de 45 minutos, os cinco espetáculos dos Rolling Stones no Brasil, juntamente com Rita Lee, o grupo vai mostrar seus grandes sucessos em 13 anos de carreira.
O shows acontecem nos dias 27, 28 e 30 (sexta, sábado e segunda-feira), no estádio do Pacaembu, em São Paulo (veja quadro ao lado com as regras de troca de ingressos para arquibancadas em São Paulo), e nos dias 2 e 4 no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Líder da banda, o guitarrista e vocalista Roberto Frejat faz segredo sobre as 12 músicas que serão tocadas. "Não gosto de falar sobre o repertório, porque tira o elemento surpresa."
Mas, como ele mesmo afirmou numa entrevista da banda, no hotel Rio Palace (em Copacabana, zona sul), o repertório básico será formado por grandes sucessos do Barão, como "Bete Balanço" e "O Poeta vai Tocar".
Para não repetir a fórmula já consagrada em outros festivais –"uma pauleira do princípio ao fim"–, Frejat promete duas músicas mais suaves, como o blues "Quem Me Olha Só" –que foi tema da novela da Rede Globo "O Outro", em 1987.
Surpresa para os fãs do Barão –formado por Frejat, Guto Goffi (bateria), Fernando Magalhães (guitarra), Peninha (percussão) e Rodrigo (baixo)– será a inclusão de um naipe de metais: Serginho (trombone), Bidinho (trompete) e Zé Carlos (sax).
Frejat diz que o Barão Vermelho está "afiado", devido aos shows que vem fazendo para a divulgação de seu último disco, "Carne Crua". Por isso, sua maior preocupação é que os três convidados para quatro músicas "pulsem com a banda".
O Barão –grupo que lançou para o estrelato, na década de 80, o vocalista e compositor Cazuza– não entra na linha dos que criticam a forma secundária com que as bandas brasileiras seriam tratadas em festivais, em comparação com as estrangeiras.
"No Hollywood Rock nunca tivemos problemas com o som", diz Frejat. Para ele, "a única limitação" será a de tocar à luz do dia, o que "elimina um pouco da magia do espetáculo".
O guitarrista, porém, afirma que o Barão Vermelho "é uma banda raçuda" e que saberá driblar esse lado negativo. "A grande força do Barão é a música que ele faz."
Sem assumir uma postura de tietagem em relação aos Stones, Frejat diz que, para o currículo internacional da banda, será importante abrir os shows dos lendários roqueiros ingleses.
Após o festival, começam conversações com a gravadora Warner para a concretização "de um projeto antigo": o Barão Vermelho cantando em espanhol para tentar conquistar o mercado da América Latina –a exemplo dos Paralamas do Sucesso.

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