São Paulo, terça-feira, 24 de janeiro de 1995
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Anistia imoral; Fundos de pensão; O mesmo sorriso; O capital sorri; Entrevista de Jatene; Geografia não mata ninguém; Adorno neles!; Atendimento do Incor; USP fechada; Bancos estaduais

Anistia imoral
"Atenção Folha, CNBB, OAB, PT e quem mais for sério neste país: pelo amor de Deus, ponham o povo nas ruas, protestando, antes que o sr. presidente cometa a imoralidade de sancionar a anistia aos senadores."
Áurea Cândida Sigrist de Toledo Piza (Campinas, SP)

"O presidente FHC estará cometendo um terrível e talvez irremediável erro político se, por barganha, não vetar essa decisão ignóbil do Congresso. Aliás, ele já cometeu um grande erro quando declarou peremptoriamente que não vetaria a aprovação da anistia. Assim, vamos de mal a pior."
Carlos Eduardo Pompeu (Limeira, SP)

"É inadmissível que o Congresso tenha o direito de anistiar um de seus membros que foi julgado por um outro Poder. Seria de bom alvitre se algum congressista pudesse publicar uma explicação plausível e fundamentada."
José Renato dos Santos (São Paulo, SP)

"Já não nos causa mais surpresa as atitudes da maioria dos nossos parlamentares, que há muito legislam de costas para o povo brasileiro."
Durval Rocha Fernandes (Campinas, SP)

Fundos de pensão
"Gilberto Dimenstein e Josias de Souza atacam os fundos de pensão das estatais, mas não atacam com a mesma veemência os salários e as aposentadorias precoces de membros do reinado e sua corte. Se alguns fundos de pensão têm distorções, estas devem ser corrigidas. O que esses jornalistas deviam fazer é cobrar da Folha a implementação da 'Folhaprevi' para seus funcionários, pois com o atual reinado social-democrata o que o cidadão comum pode esperar é morrer democraticamente socializado na penúria."
Newton Carneiro da Cunha (Santos, SP)

O mesmo sorriso
"Se, de acordo com um ministro de Estado (Bresser), o governo Collor foi moralista demais, só tenho uma palavra a dizer: Socorro!"
Fernando Sergio Leão (São Paulo, SP)

"Um governo que se diz voltado para o social traz como ministro da Administração Federal o sr. Bresser Pereira. É bom lembrar que esse sr., quando ministro da Fazenda, confiscou o reajuste salarial de 26,06% de todos os trabalhadores. Agora, o mesmo sorriso está de volta..."
Paulo Roberto Perez, diretor do Sindicato dos Administradores no Estado do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ)

O capital sorri
"O grande capital continua parado, acomodado na ciranda financeira, recebendo juros altos do governo e sorrindo de quem trabalha..."
Walter Maia (Salvador, BA)

Entrevista de Jatene
"O ministro da Saúde, Adib Jatene, analisou com muita propriedade na edição de 16/01 os problemas da medicina no Brasil e, em especial, as deficiências da formação médica. Os alunos estão deficientemente preparados. Hoje não somos sequer chamados de médicos, somos os profissionais de saúde, somos a categoria."
Mario Negreiros dos Anjos, da Associação Médica Fluminense (Rio de Janeiro, RJ)

Geografia não mata ninguém
"Inoportuna a lógica de Gilberto Dimenstein quando diz: 'Ninguém morre por não saber os afluentes do rio Amazonas'. Discordo quando ele refere-se à geografia como sendo uma ciência que se apega a decorebas. Talvez o jornalista não saiba que esse tipo de abordagem há muito foi abolida do ensino de geografia, prendendo-se a conteúdos mais relevantes."
Raimundo Ernaldo Gomes Vale (Teresina, PI)

"A respeito da coluna de Gilberto Dimenstein de 20/01, em que afirma 'ninguém morre por não saber os afluentes do rio Amazonas', a propósito de defender orientação antidrogas nas escolas. Ninguém morre por não saber geografia. Mas o rio Amazonas funciona também como uma das principais rotas do narcotráfico, ligando a América Andina aos países consumidores. Ninguém morre por não saber geografia. Mas conhecer a realidade é uma das maneiras de transformá-la."
Regina C. C. Araújo e Wagner Costa Ribeiro (São Paulo, SP)

Adorno neles!
"Acabo de ler o artigo 'Adorno neles', de Caio Túlio Costa, na Revista da Folha de 22/01, e me entusiasmei. Pensava que era a única pessoa de São Paulo a ter gostado da prova de redação da Fuvest. Coincidentemente, no dia em que tomei conhecimento da proposta de leitura da obra de Andy Warhol, conjuntamente com a leitura dos textos de Adorno como tema de redação aos vestibulandos, uma amiga me pediu para escrever um prefácio para um livro sobre leitura da obra de arte. Contei para ela em linhas gerais o raciocínio que iria seguir no prefácio, começando pelo elogio à última prova de redação para o vestibular. Ela se assustou e me contou que a prova estava sendo criticada por todos os intelectuais de poder. Preocupada com a política de exclusão que estou sofrendo na Universidade de São Paulo, ela veladamente me aconselhou a não tocar no assunto para não ser excluída também de outros meios. Daí o meu júbilo ao ver Caio Túlio dizendo que o tema premia a reflexão. Eu acrescentaria que estimula a reflexão não só para a leitura da linguagem verbal, mas também para a leitura da imagem."
Ana Mae Barbosa (São Paulo, SP)

Atendimento do Incor
"Internei um parente no Incor (ala paga). Esse parente, de idade avançada, foi internado em face desse mesmo problema. Procurávamos nessa situação apenas um tratamento digno e humano para um homem idoso. Chamados de emergência para ajustes no sistema de controle de suporte de vida, trocas de roupas íntimas, aplicações de remédios, banhos etc., simplesmente ou eram esquecidos ou demoravam até 30/40 minutos. Enfim, o problema culminou em uma reunião entre familiares e a direção do hospital, a qual permitiu uma enfermeira particular em meio período. Resultado dessa empreitada: meu parente veio a falecer após 15 dias de martírio e sofrimento dentro do Incor, mas nos braços de quem o amava. Recomendo a quem procure carinho, respeito e dedicação a um ente querido que não vá ao Incor."
Ricardo C. Romani (São Paulo, SP)

USP fechada
"Há anos a Reitoria da Universidade de São Paulo começou a permitir que seu campus ficasse à disposição de visitantes estranhos. Mas o número destes era pequeno. Pouco a pouco, uma verdadeira invasão o ocupa, principalmente em feriados, com grande dano a suas instalações. A USP deve decidir se deve ser um lugar de lazer ou de estudo e pesquisa."
José de Moraes, professor aposentado da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Bancos estaduais
"O leitor Alcides Rondina, em 17/01, elogia Tasso Jereissati por colocar o Banco do Estado do Ceará à disposição do apetite dos banqueiros privados, chamando-o de 'político moderno', oportunidade em que critica Mário Covas pela defesa do Banespa e da Nossa Caixa. Como o espaço não permite a exposição detalhada da função social dos bancos estaduais, sugiro ao sr. Alcides que pesquise sobre o tema. Talvez ele mude de opinião."
Ediloy A. C. Ferraro (São Paulo, SP)

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