São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 1995 |
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Dona-de-casa vai a bar em município vizinho
DA REPORTAGEM LOCAL Lurdes Nunes dos Santos, 42, mora numa casa pintada de azul às margens do rio Itaim, no Parque Anhanguera (zona oeste). O rio separa São Paulo do bairro de Polvilho, no município de Cajamar.Para comprar refrigerante, Lurdes sai de sua casa em São Paulo e anda 20 metros até o bar da esquina, em Cajamar. A entrada da casa fica no km 29 da via Anhanguera. Ela se mudou para o lugar mais a oeste da cidade há 25 anos, quando ficou viúva. "O terreno estava abandonado e o proprietário cedeu a casa para eu morar e cuidar do sítio e da horta para ele." Lurdes é dona-de-casa, sergipana e teve o primeiro filho com a mesma idade em que chegou a São Paulo: 12 anos. "Casei na Bahia com o primeiro homem que apareceu na minha vida. Meu sogro já trabalhava em São Paulo e meu marido veio também", diz. Lurdes cria galinhas e planta melancia, abóbora e batata. Ela diz que o dono do terreno morreu recentemente e que os familiares querem tirá-la da casa. "Já criei meus filhos aqui. Se tiver que sair, tudo bem." Lurdes teve sete filhos, três morreram. Hoje ela cria mais dois meninos de 15 anos e tem oito netos que sempre a visitam. Ela afirma que não sai de São Paulo por nada. Em 30 anos, só voltou para o Nordeste uma vez, para visitar a mãe. Texto Anterior: Técnicos curtem altos e baixos de seus ofícios Próximo Texto: Busca de tranquilidade norteia vida de caseiro Índice |
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