São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 1995
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Apenas 1.200 metros separam paz do inferno

DA REPORTAGEM LOCAL

Apenas 1.200 metros separa paz do inferno
O bancário Eziel Pedroso, 30, passa todos os dias pelo lugar mais barulhento da cidade: o ponto de ônibus dentro do túnel do Anhangabaú, no centro.
"Eu chego em casa e ainda sinto o ouvido zunindo", diz Pedroso, que salta do ônibus no ponto dentro do túnel.
Segundo a prefeitura, o barulho ali chega a 97 dB (decibéis) –uma britadeira emite ruídos de 100 dB; sons acima de 80 dB aumentam 25% a taxa de colesterol do sangue.
O ponto foi desativado por causa do barulho, mas alguns motoristas param ali por hábito. "Paro aqui porque fica mais perto de onde pego o outro ônibus para voltar para casa."

Hellen Ribeiro da Silva, 33, participa da Comunidade Soto Zen Chu, que tem seu templo na Liberdade, no centro. As meditações da comunidade são todas feitas em silêncio absoluto, a apenas 1.200 metros do Anhangabaú.
"O silêncio ajuda a entrar em contato com você mesmo", afirma Hellen, que além de escritora colabora no trabalho do templo.
A meditação ocorre aos sábados às 18h e dura uma hora e meia. É realizada no salão mais amplo do templo, em cima de tatames.
Os participantes ficam sentados sobre uma almofada, de frente para a parede e com os olhos semi-abertos. "Não se pode olhar para ninguém durante a meditação, pois aonde vai teu olho vai teu coração. A respiração também é importante, quanto mais sutil melhor", diz.

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